Por: Cláudio Magnavita

Coluna Magnavita | A omissão do Itaú

Madonna leva uma multidão de 1,6 milhão de pessoas à show na praia de Copacabana | Foto: Fábio Motta/Prefeitura do Rio

A OMISSÃO DO ITAÚ - Antes do show da Madonna, a expectativa era grande nos espaços VIPs. Esperavam que os patrocinadores anunciassem doações ao Rio Grande do Sul no mesmo calibre do cachê pago. Houve, porém, um silêncio enorme. Marcas como o banco Itaú e Heineken. Teriam marcado um enorme tento ao invés de ignorar o problema. Pergunte aos moradores do RS o que eles acharam de um banco realizando um mega evento enquanto cidades estão isoladas e pessoas são achadas mortas ou perdem tudo.

O melhor gesto de cidadania do Itaú seria fazer uma doação e ajudar a classe empresarial gaúcha.

Macaque in the trees
Imagens da inundação na capital gaúcha durante sobrevoo do presidente Lula | Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR


A VACINA DA GLOBO - A rede Globo aplicou uma vacina ao deixar o apresentador Marcos Mion pedindo doações para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, durante a exibição do show da Madonna. Aliás, as imagens exibidas em detalhes na tv aberta incendiaram a comunidade evangélica nas redes sociais.

EVENTO JUSTIFICADO - Como evento de turismo e gerador de divisas para o Rio, o show de Madonna foi um sucesso e superou as expectativas. Faltou apenas um aceno dos organizadores e dos patrocinadores. A alta ocupação hoteleira foi acompanhada de uma subida de valores das diárias, lei da oferta e procura.

EXPOSIÇÃO MUNDIAL - A transmissão da rede Globo gerou um noticiário positivo para o Rio. A cidade e o governo estadual e federal comprovam a sua vocação para mega eventos. Quem pode organizar um show para 1,6 milhões com tanta naturalidade?

PALCO BAIXO - Uma das queixas foi a altura do palco. Muito baixo para quem estava no meio da multidão. Já os apartamentos da Orla viraram camarotes. Tudo funcionou com perfeição.

GANHO DE IMAGEM - Na mídia internacional, só relatos positivos sobre o show de Copacabana. O investimento realizado pela prefeitura e estado se justificam pela geração de impostos do setor do turismo. Maio, que estava sendo fraco para o turismo, viveu dias de alta estação.

COORDENAÇÃO - Pelo estado do Rio, foi o primeiro evento 100% coordenado pela Subsecretaria de Grandes Eventos, comandada por Rodrigo Castro. O balanço geral aponta 1,6 milhões de espectadores; 120 países por transmissão de TV; 300 milhões de reais na economia; 150 mil turistas na cidade; 10 mil empregos gerados e 6 mil servidores trabalhando. Com 0 (zero) ocorrências graves, 33 suspeitos de furtos detidos; 211 objetos cortantes apreendidos; operação de trânsito perfeita; 600 mil copos de água na hidratação; Metrô e BRTs em pleno funcionamento; 287 toneladas de lixo recolhidas. Planejamento impecável e coordenação sem duplo comando.