Por: Leandra Lima

Flipetrópolis inicia com reflexão sobre lutas sociais

Flipetrópolis | Foto: Aline Reis

Por Leandra Lima

Começou nesta quarta-feira, dia 1° de maio, a primeira edição do Festival Literário Internacional de Petrópolis, o Flipetrópolis. O evento que segue até o domingo (5), reúne diversos escritores e escritoras locais, nacionais e internacionais, que se organizam em mesas redondas para discutir temas relacionados à sociedade, para este ano o tema escolhido foi "Arte, Literatura, Liberdade e Educação". A abertura contou com a presença do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, o desembargador e presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Ricardo Rodrigues Cardozo, o diretor do grupo Águas do Brasil, Cláudio Abduche, o presidente da Academia Petropolitana de Letras, Leandro Garcia, o vice-prefeito Paulo Mustrangi, e representantes do município em diferentes esferas da cultura, educação, turismo.

Para iniciar os trabalhos, os parceiros e curadores do evento falaram sobre a importância de trazer o Festival para a cidade, com o intuito de movimentar e incentivar a arte e a cultura. Um tópico abordado em comum entre eles foi a questão social. "Esse é um evento antirracista, é muito importante vivenciar o cenário atual do país, e mostrar as potências que surgem", disse Afonso Borges, presidente do Flipetrópolis. Cláudio Abduche, também se manifestou em sua fala, "cultura salva vidas, é muito importante para o grupo Águas do Brasil, participar da feira, que une cultura, educação, diversidade e arte".

Ao longo da programação, tiveram momentos marcantes como o da escritora petropolitana Angelica Paz que se emocionou ao falar de sua história. Ela já publicou oito obras e representou Petrópolis em Boston, na Academia de Artes Nacional, e recebeu um prêmio de reconhecimento pelo livro 'Menina solitária, a escuridão no interior'. "O livro em que mencionei faz parte da minha vida, aos 9 anos chegaram para mim e falaram que eu não poderia ser escritora por ser negra e retardada, pois escrevia ao contrário por conta da dislexia. Hoje eu tenho oito livros publicados, e estou construindo a minha jornada, poder representar a cidade em eventos internacionais, e agora estar no Flipetrópolis, é sensacional. Uma coisa é certa, nunca desistem de seus sonhos", relatou.

Dar visibilidade para artistas locais é um dos princípios do Flip, segundo a secretária de Cultura Diana Iliescu, o objetivo é incentivar e valorizar esses autores.

No decorrer da cerimônia de abertura, entre os escritores presentes, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso ,abriu a primeira roda de bate papo com escritores. "É uma honra estar aqui nesse evento que fomenta a arte, eu tenho vínculos mais profundos com Petrópolis, boa parte do que escrevi na minha vida foi aqui", disse, mencionando a residência de verão que possui em Itaipava. Durante a conversa o Ministro ressaltou que a leitura é uma importante ferramenta da educação, além de pontuar questões sociais relevantes para a melhoria da sociedade, sendo necessário repensar espaços e estruturas.

O Festival

O Festival Literário de Petrópolis reúne 236 escritores. A curadoria é de Afonso Borges, Sérgio Abranches, Tom Farias, Gustavo Grandinetti, Leandro Garcia e Leo Cunha. Em sua primeira edição, o festival homenageia duas das maiores escritoras da língua portuguesa, as autoras Ana Maria Machado e Conceição Evaristo, e tem como patrono Juliano Moreira.

A primeira edição do Flipetrópolis conta com o patrocínio do Grupo Águas do Brasil, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, apoio cultural do Itau e da GE Aerospace e parceria da Prefeitura de Petrópolis.