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Qual o preço de demonstrar a paixão?

Faz um tempo que os clubes de futebol do Brasil aparentemente começaram a olhar para seus torcedores e entender que não são apenas apoiadores fanáticos, mas clientes.

Por conta disso, a cada ano que passa, os principais times estão lançando uniformes alternativos, sejam eles de jogo ou de moda casual.

Além disso, estão investindo em designs diferenciados para seus trajes, que estão apostando em visuais mais futuristas ou abraçando as boas lembranças do passado, fazendo camisas praticamente 'retrôs' para uso dos atletas.

Um caso recente desse sucesso é a campanha do Botafogo em parceria com a Reebok, que lançará três uniformes. O titular é uma representação do passado e simula uma camisa de tricô, bem próxima daquelas que craques como Garrincha e Nilton Santos usaram no passado. Ela já foi lançada e está mexendo bastante com a torcida. O Modelo II será lançado em breve e deve representar o 'presente'. Já a Camisa III será um vislumbre do que o time quer para o futuro.

Porém, ainda falta aos clubes entender que não adianta fazer camisas lindas e cobrar entre 350 e 700 reais pelos modelos. Em um país no qual o salário-mínimo é de R$ 1.412, é fora de realidade que um torcedor comum tenha que desembolsar 1/3 ou até 50% de seu ordenado em uma camisa para apoiar seu time.

Fornecedoras como a Adidas vieram com a proposta de trazer camisas a preços menos exorbitantes, mas com qualidade claramente inferior. É um começo, mas não é uma ação muito louvável.

As camisas representam os times, mas os preços têm que representar seus torcedores.