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Clima também precisa virar política pública

O Brasil tem vários brasis. Isso é inegável. Seja no meio cultural ou social, as diferenças são enormes. Porém, o que muitos não poderiam imaginar é que até no clima o país tem as suas discrepânicas.

Independentemente de estarmos no El Niño ou La Niña, as regiões do país têm suas similaridades e distorções no clima, especialmente pela localização geográfica. O Brasil fica entre os trópicos, em sua maioria territorial. Todavia, o Sul está abaixo do Trópico de Capricórnio, fazendo com que ele tenha uma situção mais atípica das outras regiões, que estão na Linha do Equador.

O que o país passa nesta semana é algo para ficarmos em alerta pela situação climática que o mundo passa. Enquanto os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão sendo devastados pela força da água, Rio de Janeiro e São Paulo vem sofrendo pela conjuntura solar aguda, numa onda de calor que deve ficar na região até a segunda quinzena de maio. Quem mora nesses estados já está sentindo o clima mais seco, com sensação térmica bem quente.

Mais do que sua dimensão territorial, complementada pela colonização e expansão no tempo colonial, o Brasil também precisa olhar para a questão socioclimática, adequando cada estado e região com a sazonalidade dos ventos e frentes frias e quentes que chegam ao país.

O clima precisa entrar na pauta de prioridade, assim como a segurança pública, saúde, transporte e educação, pois vira um pilar importante para o convívio social e cultural ao Brasil.

Não adianta mais deixar para depois algo que pode ser iniciado hoje, que são as mudanças de comportamento na sociedade, na indústria e nos serviços. Os famosos três "R" — reciclar, reutilizar e reduzir — tem que estar não apenas nas aulas como algo extra para ganhar ponto ou passar de ano. Eles são primordiais para as políticas voltadas às agendas 2030, que tem como pilar uma transformação socioclimática no território nacional.

Se as promessas virassem ações e estas tiverem fiscalização, provavelmente poderemos amenizar a questão, para salvar as próximas gerações de catástrofes como as que estamos vendo no Sul, assim como as ondas de calor no Sudeste.