Por: Carlos Martins

Baixada precisa de ações mais concretas

Morador de Nova Iguaçu se arrisca atravessando rua tomada pela enchente | Foto: Reprodução/Redes Sociais


Há quanto tempo se ouve falar que a população da Baixada Fluminense é penalizada com qualquer possibilidade de chuva forte? E quando a enxurrada vem, lá se vão os bens de milhares de trabalhadores que, com o suor do trabalho digno, batalharam muito para conquistar seu imóvel e utensílios para a sobrevivência. Quando não, o mais lamentável: vidas ceifadas. Com o cenário devastador ocasionado pelas chuvas que caíram no último sábado (13), muito acima da média para o período de janeiro, 8 vidas foram perdidas, somente na Baixada (em um total de 12), durante cenas que são repetidas anualmente. Se formos produzir um filme, com um roteiro muito bem elaborado, elencando, apenas nos últimos 20 ou 30 anos, episódios de enchentes nos municípios da região, seria uma produção cinematográfica mais repetida do que 'A Lagoa Azul'', na Sessão da Tarde, em TV aberta. Resguardada a ironia, misturada com revolta e indignação de quem nasceu e cresceu na Baixada Fluminense, se faz necessário um chamamento público, uma cobrança coletiva e robusta para que as autoridades públicas efetivamente se mobilizem para amenizar o sofrimento da população. Todas as esferas (municipal, estadual e federal), precisam traçar estratégias compatíveis com a vida real de quem mora na região. O que é inconcebível, é todos os anos, ver milhares de cidadãos da Baixada sofrerem com desmandos administrativos, muito especialmente de alguns gestores municipais, que não fazem o dever de casa, elaborando efetivamente um plano de contingência nos cenários de crise. Cada município precisa ter o seu planejamento para as chuvas de verão que, ''tradicionalmente'', castigam a população.

O Governo do Estado tem buscado ajudar a região, através do programa ''Limpa Rio'', mas pode colaborar muito mais, e de forma permanente. Agora, depois da situação que foi extremamente agravada por conta do transbordamento do Rio Botas, o governo federal também foi chamado para a responsabilidade, que precisa ser compartilhada.

Aqui, continuaremos de olho e cobrando ações concretas para a região, que tanto merece e precisa.

 

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