Por: Carlos Martins

Mesquita corta licença-prêmio, mas beneficia 'amigos do Rei'

Jorge Miranda (e), ao lado do prefeito eleito, Marotto (d) | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Servidores municipais receberam "presente de grego" do prefeito Jorge Miranda (PL)

"Aos amigos do Rei, exceções e favores. Aos desconhecidos e inimigos, nada além do que o rigor da lei". A frase atribuída a Nicolau Maquiavel, demonstra com a mais absoluta propriedade o que ocorre na administração municipal de Mesquita, comandada desde 2017 pelo prefeito Jorge Miranda (PL). Servidores públicos da cidade foram pegos negativamente de surpresa. Um verdadeiro "presente de grego" neste final de ano, publicado no Diário Oficial do município, na última sexta-feira (27).

Entre as medidas, consta o fim da licença-prêmio, conhecida como licença por assiduidade, que garantia que servidores municipais que completassem cinco anos de trabalho sem sofrer punições, pudessem solicitar uma licença remunerada de até cinco meses. A licença não será mais concedida a novos servidores. Os que já cumpriram o tempo necessário, terão direito ao benefício, mas ele não poderá mais ser convertido em dinheiro.

Mas, enquanto cortava o benefício, o governo municipal decidiu exatamente aumentar os gastos públicos, criando 182 novos cargos (130 do alto escalão), com salários de R$ 5 mil a R$ 9 mil, dentro da lei que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2025, já sob a gestão do prefeito Marotto, aliado e pupilo de Miranda. Somando os valores de todos os novos cargos (com claros indícios em querer beneficiar aliados e correligionários), os gastos públicos chegam ao custo mensal de quase R$ 1 milhão. Para uma cidade que por pouco não conseguiu pagar servidores da Saúde por conta de dificuldades financeiras, chega a ser um deboche o inchaço da máquina.

O espaço está aberto para a manifestação da prefeitura de Mesquita.