"Eu descobri o câncer através de um preventivo que fiz e logo iniciei o tratamento adequado. Hoje estou completamente livre da doença e em controle periódico com minha médica". O relato de Jessica da Silva Gomes, de 28 anos, que venceu o câncer de colo de útero, reforça a importância dos exames de rotina para detecção precoce da doença. Tratada pelo Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), Jéssica hoje leva uma vida normal e sua história se tornou inspiração para mulheres que enfrentam este problema de saúde.
O Março Lilás, mês da campanha de combate e prevenção ao câncer de colo de útero, serve como um alerta. No Brasil, este é o terceiro tipo de câncer com maior incidência em mulheres. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) revelam que, desde 2023, surgem em média 17 mil novos casos da doença.
"Eu fui diagnosticada com câncer em 2022, com 25 anos. Para mim esse período foi leve porque contei com o apoio de toda a família e descobri a doença em estágio inicial. Quando temos esse suporte familiar e da equipe médica, tudo fica mais leve. No meu caso, não foi realizada nenhum tipo de cirurgia devido à fase em que o câncer se encontrava. Eu realizei radioterapia, quimioterapia e, logo depois, fui para a braquiterapia. De todo o processo, a braquiterapia foi o mais desafiador por conta das anestesias, mas tudo saiu bem e me sinto bem melhor. Hoje estou em controle e todos os exames me mostram estar livre da doença." relatou Jessica emocionada.
Ana Hernani, Coordenadora dos Cuidados Paliativos e responsável pela Oncoginecologia no HGNI, foi quem orientou todo o tratamento de Jessica. Ela explicou como a doença se desenvolve e porque é tão importante que seja detectada em estágios iniciais.
"Na maioria dos casos, a doença está relacionada à infecção pelo vírus HPV, contudo nem todos que o contraem vão desenvolver o câncer. Inicialmente, ele causa apenas lesões precursoras, que, quando não identificadas e tratadas, podem desencadear no câncer de colo uterino. A princípio, ele é assintomático, mas, ao longo do tempo, com a persistência do vírus nas células do colo, sua composição é alterada, levando as lesões precursoras não tratadas a se alteram e se transformarem em tumoração, causando os sintomas." explicou Ana.