Por: Rogerio Dardeau
Interesso-me por vinhos desde a distante década de 1970, quando descobri a produção brasileira, na Serra Gaúcha, e comecei a distinguir as características daqueles vinhos, elaborados a partir de castas francesas, em relação aos elaborados na França, com as mesmas uvas.
De lá para cá, caminhamos muito. Temos, no Brasil, dois grandes grupos de uvas: as de mesa e as viníferas. Não cabe aqui discorrer sobre diferenças técnicas. Importa saber que das primeiras são produzidos os vinhos de mesa, muito populares e chamados por muitos como vinhos de garrafão, embora nem sempre sejam apresentados dessa forma.
Das uvas viníferas, são elaborados os vinhos finos, a partir de uvas como Chardonnay, Chenin Blanc, Sauvignon Blanc, Viognier, entre tantas brancas, e Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec, Merlot, Pinot Noir, Tannat e muitas outras tintas. Em geral, esses vinhos são oferecidos em garrafas de 750ml.
Nesses 50 anos, viticultores e vinicultores estudaram muito, aprofundaram conhecimentos que permitiram expressiva expansão da vitivinicultura brasileira de vinhos finos não somente em qualidade, mas também em estilos, vinculados aos lugares de origem. Hoje, além do Rio Grande do Sul, encontramos vinhos finos de elevado padrão sendo produzidos em mais 12 estados.
Essa nova realidade nos traz algo de fantástico: é preciso conhecer as novas regiões brasileiras produtoras de vinhos finos, identificar características e apreciar os vinhos, estabelecendo nossas afinidades. Cito um exemplo simples. Em Portugal, encontramos vinhos maravilhosos, de personalidades únicas, em todas as regiões do país.
No entanto, há sempre debates de preferências entre Douro, Dão e Alentejo, por exemplo. E nós, preferimos um Serra Gaúcha, um Sul de Minas, um Goiano, um Chapada Diamantina, um Vinho de Altitude de Santa Catarina? É sobre isso e muito mais que conversaremos aqui. Saúde!!!