Por: Rogerio Dardeau
Até o ano 2000, aproximadamente, todos os produtores de vinhos finos, em nossa terra, tinham mais ou menos a mesma conduta: plantavam, colhiam, prensavam,
fermentavam, estabilizavam, filtravam ou não, barricavam ou não e engarrafavam, apenas para citar as principais ações do processo de vinificação. Mas ali pelo início do Século XXI, não somente as pessoas começaram a demandar produtos processados por formas distintas, como a tecnologia trouxe ensinamentos inovadores.
Assim, à chamada elaboração convencional, vieram se somar a produção orgânica, a biodinâmica, a natural, a pessoal/artesanal de mínima intervenção e a colheita de inverno. Sobre cada um desses processos, conversaremos aqui, em colunas específicas. Vanessa Medin é dessas pessoas que elabora seus vinhos como obras de arte, totalmente comprometida com processos naturais de vinificação, a partir de uvas de vinhedos próprios, no Vale dos Vinhedos, e de parceiros comprometidos com a mesma filosofia de cultivo.
As 623 garrafas do Guardião da Intuição compõem, sem dúvida, uma pintura vibrante e, ao mesmo tempo, delicada. Esse corte entre Chardonnay e Malvasia de Cândia, da colheita de 2020, aos dois anos, mostra-se um vinho de grande vivacidade, com boa acidez, e um ótimo volume. Os 10,5% de teor alcoólico são expressão de maciez. Vanessa vinifica sob a filosofia de mínima intervenção e obtém complexidade e elegância. Um belo corte estimulante e gastronômico, entre uvas brancas clássicas da Serra Gaúcha.
Saúde!!!