A Cesar o que é de Cesar
Com o passar do tempo, muita coisa fica esquecida, especialmente quando se trata de benefícios para a população que tem a autoria modificada ao sabor das preferências pessoais. Testemunha da vida carioca há seis décadas, deixo aqui alguns esclarecimentos.
Carlos Lacerda fez o túnel Rubens Vaz, em Copacabana, terminou o Santa Bárbara, que liga Catumbi a Laranjeiras, o Rebouças, a Rodoviária Novo Rio e muitas escolas. Parte dos viadutos no final da Presidente Vargas de acesso à Praça da Bandeira e depois o acesso ao Rebouças, que foi o Chagas Freitas. Fez o Guandu I e começou a remoção de favelas, mas não removeu a Catacumba, como até o Arquivo da Cidade registra erroneamente.
Negrão de Lima alargou a Avenida Atlântica, construiu a autoestrada Lagoa-Barra menos a parte atrás da PUC, que foi o Chagas. Negrão construiu com financiamento do BNH mais de 30 mil unidades habitacionais populares, removeu a Catacumba, a Macedo Sobrinho, a Pedra do Baiano – onde está o Shopping Leblon –, o final da Praia do Pinto e a Piraquê, na Lagoa. Também fez Guandu II e os viadutos Ataulfo Alves, na Av. Brasil, Augusto Frederico Schimidt, no Corte Cantagalo, Fernando Ferrari, no acesso à Rua Pinheiro Machado, e as passarelas de pedestres no Aterro do Flamengo, entre outras obras.
Marcos Tamoio fez o Parque da Catacumba e, no entorno da Lagoa, muitas das quadras poliesportivas que lá estão.
Eduardo Paes fez o túnel Marcello Alencar, o 450 Anos, como referências maiores, a demolição da Perimetral. Reforma da Avenida Brasil, Transbrasil, terminal rodoviário novo e o VLT, que precisa chegar a Botafogo ou Laranjeiras com pouco investimento, de um lado, e ao Maracanã, de outro.
Leonel Brizola construiu Sambódromo, Linha Vermelha até a Ilha do Governador e CIEPs. Sérgio Cabral, em dois mandatos, criou UPPs, UPAs, avançou com o Metropolitano, comprou trens modernos para Central-Supervia, apoiou Porto Açu e o polo automotivo no sul do estado, construiu Arco Metropolitano e muita coisa na saúde, como o Centro de Imagens e os hospitais da Criança e do da Mulher.
Quase todos sofreram restrições. Talvez o menos criticado pela exemplar elegância, correção e desambição tenha sido Negrão de Lima, da melhor escola mineira. Tinha sido prefeito nomeado por JK, de quem foi chanceler. Antes, foi ministro da Justiça de Getúlio Vargas.