O presidente da Comissão de Transportes e Mobilidade Urbana da Câmara Legislativa, distrital Max Maciel (PSol), quer ouvir o titular da Secretaria de Transportes e Mobilidade, Zeno Gonçalves, na próxima reunião técnica do colegiado. Ainda não há data marcada.
“Estamos acompanhando a situação e cobrando à Semob e ao GDF garantias de que a população não seja impedida de acessar o sistema de transporte urbano, em nenhum momento”, disse o deputado à “Brasilianas”. E completou: “Se a Secretaria de Mobilidade não tiver condições para garantir isso no momento, então precisa ampliar o prazo (inicial de 45 dias) para conseguir atender a população da maneira necessária.”
Para recordar: a Semob quer implantar o sistema que só permitirá o pagamento das passagens nos ônibus urbanos, a partir de 1º de julho, por meio de cartão digital (seja ele o Cartão Mobilidade, vale-transporte, passe estudantil ou cartão de crédito ou de débito). Alguns números do impacto dessa medida: são 1 milhão e 350 mil viagens realizadas todos os dias no DF, sendo que hoje em 29% delas (cerca de 491 mil) o pagamento é em dinheiro (em espécie). É muita gente que terá de mudar a forma de acessar o transporte público, em pouco tempo.
O distrital encaminhou, ainda, ofício à Semob solicitando mais informações sobre o cronograma de implantação do V6 (novo sistema de leitura de cartões digitais instalados nos veículos) por parte das empresas concessionárias dos ônibus. Pediu também que sejam realizadas “ações de comunicação para a população sobre o tema, para evitar que a população seja pega de surpresa e tenha o direito de uso ao transporte público afetado”.
Um outro documento foi enviado ao Banco de Brasília, responsável pela operação do novo sistema, para saber se há previsão de reforço nas equipes e ampliação no horário de atendimento do BRB Mobilidade – sobretudo para a emissão de novos cartões e orientação à população. Também solicitou mais pontos de recarga para que as pessoas não fiquem prejudicadas.
“É preciso que ocorra uma melhoria significativa do funcionamento do APP do BRB Mobilidade”, afirmou Max Maciel. Para ele, é necessária a disponibilização massiva de postos de compra e de recarga de bilhetes, em todas as regiões administrativas do DF. “Queremos que o governo tenha responsabilidade para implementar essa decisão de forma transparente e acessível, sem dificultar ainda mais a vida da população que utiliza o sistema de transporte público, garantindo que ninguém seja deixado para trás nesse processo”, concluiu o distrital.
MILHARES DE FIÉIS PRESTIGIAM FESTA DO DIVINO, EM PLANALTINA, A SEGUNDA MAIOR CELEBRAÇÃO RELIGIOSA DA REGIÃO
A Festa do Divino Espírito Santo, em Planaltina, reuniu milhares de devotos neste final de semana. No sábado, começou logo cedo com a tradicional cavalgada – os devotos partiram da área rural rumo à praça da Paróquia São Sebastião, no centro histórico da região administrativa. No local, houve o Encontro das Bandeiras, com a participação de todas as paróquias da cidade e a realização de um grande almoço.
O GDF, por meio da Secretaria de Turismo (Setur), investiu R$ 1,2 milhão nas festividades. “Planaltina é uma cidade que tem um sentimento religioso muito forte, e essa é uma festa tradicional da região e de grande relevância para o Distrito Federal. O que temos que fazer é colaborar com esse evento maravilhoso e estar junto com a nossa população”, disse o governador Ibaneis Rocha, durante o evento.
A Festa do Divino Espírito Santo de Planaltina relembra a descida do Espírito Santo sobre os 12 apóstolos de Jesus Cristo, em Pentecostes, sete semanas após a Páscoa. A celebração é a segunda maior da região administrativa, atrás apenas da Via Sacra do Morro da Capelinha. Ela foi instituída patrimônio cultural imaterial em maio de 2013.
O DESAFIO É MUITO MAIOR DO QUE PARECE
Esta coluna noticiou, semana passada, que o GDF estabeleceu o prazo de 45 dias para mudar a forma de cobrança das tarifas de ônibus. E fez uma crítica: a mudança não foi discutida (nem com a população, nem com os distritais, nem com os rodoviários) e ela impacta um universo muito maior do que as autoridades propalaram: quase 400 mil pessoas que ainda pagam as viagens com dinheiro. A Semob havia divulgado, nas suas notas de imprensa, que eram “apenas 220 mil”.
A Secretaria de Transporte e Mobiidade (Semob) não gostou da crítica – fez chegar aqui o seu descontentamento. Talvez porque “Brasilianas” não repetiu o mantra dos releases oficiais. Mas, refaço aqui o alerta que fiz, pessoalmente, durante a coletiva de imprensa que anunciou o projeto “Dinheiro não anda de ônibus”: haverá confusão e a fila que se forma diariamente na catraca dos cerca de 2.860 ônibus da frota do DF será transformada numa fila imensa de gente na frente dos guichês do BRB (que venderá os bilhetes eletrônicos).
O desafio é ainda maior porque, segundo o secretário da pasta, Zeno Gonçalves, não há previsão de uma campanha publicitária de esclarecimento oficial a ser feita pela Secretaria de Comunicação do GDF. Ele disse, na coletiva, contar apenas com as redes sociais, com a ajuda do BRB e com a divulgação, pela imprensa, das mudanças que acontecerão.
Reitero que o desafio será imenso para um prazo muito curto. Isso porque até mesmo a manchete da “Agência Brasília” (órgão oficial de divulgação das ações do GDF) que noticiou o resultado da coletiva simplesmente estava errada. Hoje, chamar-se-ia de Fake News. E repetiu um erro que o próprio secretário havia insistido em corrigir durante a entrevista: de que não será abolido o pagamento em dinheiro. Ele apenas deixará de ser feito dentro dos ônibus.
A manchete errada poderia levar o GDF até mesmo a incorrer numa afronta à Lei das Contravenções Penais, ao Código Civil e ao Código de Defesa do Consumidor, que impedem que alguém possa recusar o pagamento de um serviço em dinheiro (papel moeda). Pior do que impedir, a manchete dizia que o GDF iria “extinguir o dinheiro em espécie”. Banco Central e Casa da Moeda, atenção! Perigo!
Alertada por esta coluna, a Semob buscou fazer a correção da sua própria Fake News, que foi modificada às 9h28 da sexta-feira, depois de ficar mais de 15 horas no ar. Obviamente, pelo tempo de exposição, poderá ser objeto de reprodução, redes sociais afora. Mais trabalho para que se possa corrigir o equívoco.
E se está difícil para que a própria equipe de governo entenda o que será feito a partir de 1º de julho, imagino que as dificuldades serão muito maiores ainda para que “a dona Maria” (jargão que publicitários usam para se referir à população mais simples, sem muita instrução) possa se deslocar de ônibus, sem enfrentar problemas, a partir das (sempre bem-vindas) inovações tecnológicas.
VITRINE DE NOVAS TECNOLOGIAS, AGROBRASÍLIA 2024 TERÁ MAIS DE 550 EXPOSITORES – A área rural do DF corresponde a 70% do nosso território e abriga desde pequenos produtores até agroindústrias de grande porte. O desenvolvimento do setor e a implementação de novas tecnologias serão temas debatidos na AgroBrasília 2024, considerada a maior feira agropecuária do Centro-Oeste. O evento será realizado de amanhã (21) até a próxima sexta-feira (25), no PAD-DF.
Organizada pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), a AgroBrasília 2024 terá mais de 550 expositores, com circuitos temáticos da fruticultura, floricultura, avicultura, aquicultura, bovinocultura, tecnologias sociais e agroindústria rural. A previsão é que mais de 170 mil pessoas circulem pelo evento.
O secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo, destacou que o evento reunirá representantes de outras unidades da Federação. “Muitas pessoas vêm de Minas Gerais, da Bahia, do Piauí, de Goiás, especialmente para ver esta feira e fazer negócios. Aqui é um ponto centralizador e nós queremos ser cada vez mais esse hub de desenvolvimento para o agronegócio”, observou.
