Por: William França

BRASILIANAS | Bancada goiana se mobiliza para tirar do papel o VLT que ligaria Luziânia à rodoferroviária, inclusive aportando recursos. O mesmo movimento não existe por parte da bancada do DF. Por que será?

Deputada Lêda Borges (PSDB-GO), autora do requerimento que vai discutir o VLT ligando Luziânia ao DF | Foto: Divulgação

Macaque in the trees
Trecho 1: com 46 km de extensão, indica a linha férrea entre Valparaíso até a Rodoferroviária, no DF. Trecho 2: com 14 km, ligação entre Luziânia até a Valparaiso (GO), passando pela Cidade Ocidental | Foto: Projeto CBTU

Em mais um esforço para tirar do papel e tornar viável o projeto do trem urbano - ou Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) - que ligará Luziânia até o Plano Piloto, a Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados marcou para a próxima quinta-feira (04) uma audiência pública para analisar detalhes do projeto. Os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e do DF, Ibaneis Rocha (MDB), foram convidados. O goiano já confirmou presença. Ninguém, ainda, por parte do GDF.

A ligação entre o DF e as cidades do Entorno, por meio de um VLT, é uma demanda antiga da região. "A necessidade de uma ligação mais eficiente entre Brasília e o Entorno existe há décadas e este é o momento de tiramos esse projeto do papel, a população merece", reforça a deputada federal Lêda Borges (PSDB-GO) - ela, moradora em Valparaíso, enfrenta a BR-040 diariamente e conhece bem o problema.

O VLT beneficiaria até 560 mil pessoas que se deslocam diariamente no Entorno, uma vez que promete uma alternativa de transporte público eficiente, sustentável e ágil. O veículo poderá atingir uma velocidade de até 100 km/h, diminuindo o tempo de viagem. Cada comboio do VLT poderá transportar, simultaneamente, cerca de 1.120 passageiros.

A viabilidade desse projeto se tornou mais próxima quando houve a confirmação de sua viabilidade técnica pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos). Também já foi publicado o edital de contratação da empresa encarregada de conduzir o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) do projeto, sob a responsabilidade da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). Para isso, serão usados recursos do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO).

A obra também obteve o "sinal verde" do presidente Lula, que sinalizou inclui-lo no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a partir de uma indicação feita pela deputada Lêda Borges. Ainda dentro do esforço da bancada goiana, o senador Wilder Moraes (PL-GO) destinou uma emenda do Orçamento Geral da União (OGU) para implementação do VLT. E, no início deste mês, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) promoveu uma outra audiência pública interativa na Comissão de Infraestrutura do Senado.

A estimativa de custo do projeto, que envolve a adaptação de 76 quilômetros de trilhos existentes, está entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões por quilômetro, totalizando R$ 80 milhões.

Trajeto ainda em aberto e bancada do DF sem mobilização

A discussão sobre o trajeto do VLT envolve, ainda, a sua extensão. A proposta atual prevê saída de Luziânia, passando pela Cidade Ocidental e Valparaíso, no estado de Goiás. No DF, ele segue a atual linha de cargas, que cruza o Park Way, passando pelo Núcleo Bandeirante, Guará, SIA e terminando na Rodoferroviária. Todo esse trajeto poderia contar com paradas - como a que faria a conexão com o metrô de Brasília, na altura do Guará.

Enquanto a bancada de Goiás se mostra unida e envolvida no projeto, o mesmo entusiasmo não é visto na bancada do DF. Ontem, paradoxalmente, o senador Izalci Lucas (PL) encontrou-se com a deputada Lêda Borges e demonstrou apoio à proposta. Mas, na Câmara dos Deputados, não há registro de movimentação dos deputados federais à causa. Será que é porque o pessoal do Entorno não vota no DF...

 

CIRCULA VIDRO SE INSTALA EM BRASÍLIA, PARA LEVAR EDUCAÇÃO AMBIENTAL A TODAS AS REGIÕES DO PAÍS

Macaque in the trees
Fábio Ferreira, CEO da Circula Vidro, que escolheu o DF para sua sede nacional | Foto: Divulgação

Entidade gestora da reciclagem de vidro escolheu Brasília para sua sede nacional. Primeira entidade gestora exclusiva para o vidro no país irá atuar principalmente difundindo programas ambientais para acelerar a reciclagem do vidro, ampliar a visibilidade do conceito de economia circular e reduzir os impactos dos resíduos sólidos no meio ambiente.

Sua meta principal é elevar a 40% a reciclagem anual das embalagens de vidro, atingindo essa meta até o ano de 2032. "O vidro é um protagonista da reciclagem de resíduos sólidos", destaca o CEO da Circula Vidro, Fábio Ferreira. "A cada quilo de vidro recolhido, pode-se produzir um quilo de vidro para voltar ao consumo", destaca ele.

Formada pelas associações Abividro (Associação Brasileira das Indústrias de Vidro), Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas) e Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja), a Circula Vidro é uma entidade de direito privado, mas com claros objetivos ambientais e sociais que beneficiarão toda a população. Ela foi criada a partir do esforço conjunto das associações setoriais, e impulsionada pelo Decreto Federal 11.300, de dezembro de 2022.

 

CONSÓRCIOS CONTINUAM NA DISPUTA PELA TAREFA DE ADMINISTRAR A RODOVIÁRIA DO PLANO-PILOTO

A Secretaria de Transportes e Mobilidade anunciou a desclassificação do Consórcio Mantiqueira, formado pelas empresas Cotema Construtora e Administradora Mantiqueira Ltda. e Construtora Faria Lima Ltda. da concorrência para administrar a Rodoviária do Plano-Piloto pelos próximos 20 anos.

Procurada por "Brasilianas", até o fechamento desta edição a Semob não respondeu por quais motivos foi feita a desclassificação. Seguem no páreo outros três consórcios, que terão de investir cerca de R$ 120 milhões no prazo de até 7 anos.

 

Um Astronauta pousou ontem em Brasília

Projeção mapeada da ONG CEPIA tratou sobre a necessidade de se discutir formas legais de aborto | Foto: Divulgação/CEPIA

Ontem à noite, quem passou pela Esplanada dos Ministérios levou um susto. Uma astronauta (virtual) aterrissou, com sua bandeira, no prédio da Biblioteca Nacional, entre outros pontos da cidade, para lembrar que é hora de falar sobre o aborto.

"Aborto legal no Brasil parece até coisa de outro mundo. E se o homem já foi à Lua algumas vezes desde 1940, data da lei que ainda regula o tema no país, esse direito básico das mulheres pouco evoluiu. E as intervenções inseguras seguem como a quinta causa de mortalidade de mulheres no país", afirma a CEPIA, uma ONG que há 34 anos atua pelos direitos das mulheres.

Para a socióloga, ativista histórica pelos direitos das mulheres e coordenadora da CEPIA, Jacqueline Pitanguy, "é fundamental que as mulheres brasileiras sejam atendidas pelo sistema de saúde pública, para o qual contribuem, como cidadãs plenas de direito e não relegadas ao espaço sombrio e perigoso do mundo do crime, da clandestinidade do aborto inseguro, desprovidas de sua dignidade humana, vítimas de julgamento moral, violadas em seu direito constitucional a saúde e a integridade física."

A "exploração virtual" seguirá, na sequência, por outras três capitais.