Por: William França

BRASILIANAS | Terceiro maior emissor de turistas para o Brasil, o Chile ganha mais uma conexão direta. Desde o dia 1º, Brasília passa a ter voos diretos para Santiago, e vice-versa. Mês que vem, terão outros. O fluxo turístico deve aumentar entre os dois

No momento que antecedeu o embarque, a piloto e a copiloto, responsáveis pelo voo Brasília-Santiago, ladeadas por autoridades | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Um dos dois únicos países sul-americanos com os quais o Brasil não faz fronteira, o Chile já é e passa a ter ainda mais destaque quando se avalia o fluxo turístico entre os dois países. Desde sábado (1º), Brasília passou a ter ligação aérea, diária e direta com Santiago, o que trará maior facilidade para que mais brasilienses (e mais brasileiros, também) visitem aquela cidade. Também teremos mais sotaques castelhanos por aqui.

Em macro números, o Brasil aparece como o segundo principal país a enviar turistas para o Chile, ficando atrás apenas da Argentina. O número de turistas brasileiros no Chile mais do que dobrou em 2023. Por usa vez, o Chile é o terceiro emissor de turistas para o Brasil - só perde para a Argentina e os Estados Unidos. Segundo a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), o aumento de chilenos voando para o Brasil foi de 126%. São quase 500 mil chilenos visitando o Brasil em um ano.

Esse intercâmbio, que é bastante positivo, tende a melhorar ainda mais, quando se avalia que nossos hermanos argentinos estão vivendo uma séria crise econômica, com inflação acima de 200% ao ano e uma queda forte do peso frente ao dólar no último ano. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que o país deve ter encolhimento da economia de 2,8% neste ano.

Segundo a agência Bloomberg, o Chile está se expandindo mais rapidamente do que a média latino-americana em 2024. A expectativa é que o PIB chileno cresça 2,5% neste ano. Além do turismo, os voos entre os dois países ampliam a troca comercial. Alimentos como salmão, frutos do mar, frutas frescas, nozes e outros produtos, como vinho e azeite, ganham intercâmbio direto.

Voltando ao turismo

Antes enfrentando no mínimo 8 horas, entre escalas, para chegar ao Chile, agora quem embarca em Brasília consegue chegar à capital chilena em menos de 5h. Brasília é a única capital brasileira que está conectada com todas as outras capitais do país, capaz de ligar as áreas em um tempo que varia de duas a três horas. Por meio do novo trecho para Santiago, também é possível acessar outros destinos além da América do Sul, como Sydney e Auckland, na Oceania.

O avião da Latam nesta primeira viagem direta de Brasília ao Chile (desde a pandemia de covid-19) decolou próximo às 9 da manhã do sábado (1º), com duas mulheres à frente da tripulação, tanto a piloto como a copiloto.

"Brasília tem um posicionamento estratégico e um aeroporto de qualidade, isso traz a possibilidade de fazer essa distribuição de passageiros vindo do norte e nordeste para destinos na América do Sul e na Oceania", destacou o gerente de Assuntos Públicos da Latam Brasil, Eduardo Macedo.

A Latam não será a única empresa aérea a ligar as duas capitais. No mês que vem, começam a operar os vôos da companhia aérea chilena SKY Airline. Belo Horizonte e Salvador também ganharão vôos diretos com Santiago, por meio desta empresa de vôoslow-cost (baixo custo). A SKY Airline é a segunda maior empresa aérea do Chile e opera nesse sistema considerado mais econômico com rotas para a Argentina, Colômbia, Peru e Uruguai. Em julho, estreia no Brasil.

Em tempo: O Equador é o outro país com o qual o Brasil não tem fronteira terrestre.

 

GILVAN MAXIMO ANUNCIA INVESTIMENTO DE MAIS R$ 1 MILHÃO PARA FORTALECER SEGURANÇA PÚBLICA NAS ESTRADAS FEDERAIS DO DF

O deputado federal Gilvan Maximo (Republicanos-DF) anunciou a destinação de mais R$ 1 milhão para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), além da entrega de quatro viaturas novas, que permitirão um trabalho ainda mais ostensivo contra a criminalidade.

"A segurança nas nossas estradas é uma prioridade. Com esse investimento, garantimos que a PRF terá melhores condições de enfrentar os desafios e proteger nossa população. Essas novas viaturas vão potencializar as ações de fiscalização e combate ao crime", afirmou o deputado.

Gilvan Maximo destacou ainda que, na sua avaliação, o DF conta com a melhor polícia do Brasil, graças à integração entre a Polícia Militar e Polícia Civil com o apoio da Polícia Rodoviária Federal nas fronteiras em rodovias federais. "Essa união entre as forças de segurança é fundamental para garantir a proteção das nossas fronteiras e manter a ordem. Estamos investindo para que nossas polícias possam continuar sendo um exemplo de eficiência e dedicação", completou o parlamentar.

 

DENGUE EM QUEDA, MAS O DF AINDA LIDERA O RANKING NACIONAL DE CASOS

Macaque in the trees
Número de casos de dengue no DF segue em curva ascendente, segundo o Mapa de Incidência de Dengue | Foto: Reprodução

O mês de maio se encerrou com uma queda no número de mortes causados por dengue no Distrito Federal. Foram 10.894 casos registrados, com 4 óbitos confirmados e outros 18 em investigação (22 no total). Em abril, havia sido registrado 36 mortes, com 10 ainda em investigação (46 ao todo).

Apesar da sensível redução no número de mortos, o saldo deste ano segue bem alarmante - e, ainda, em curva ascendente. Desde janeiro, foram registrados 254.640 casos com 365 mortes (e outros 41 ainda sob investigação). Em 2023, neste mesmíssimo período de 20 semanas, não houve nenhuma morte dentre os cerca de 25 mil casos então registrados.

Brazlândia, Santa Maria, Estrutural, Sol Nascente/Pôr do Sol, Varjão e Ceilândia seguem sendo as regiões administrativas com maior incidência de casos. A RA que tem menor registro de casos é o Sudoeste, seguido pelo Park Way e Águas Claras.

No ranking nacional, o Distrito Federal segue à frente no número de casos por 100 mil habitantes: 9.166 casos. Em seguida, vem Minas Gerais (7.261 casos por 100 mil) e Paraná (4.970 casos por 100 mil).

Vale lembrar que, embora o período do ano com maior transmissão da doença ocorra nos meses mais chuvosos, a atual epidemia ainda não se encerrou. O DF segue em emergência sanitária, juntamente com outros 9 Estados.

 

A 98ª Feira do Troca, em Olhos D'Água, deu um nó no padre que havia decretado o seu fim

Boneco do Poeta Analfabeto desfila pelas ruas de Olhos D´Água, nos 50 anos da Feira do Troca | Foto: William França

Criada em 1974 pela professora da Universidade de Brasília (UnB), Laís Aderne (falecida em 2007), junto com o marido, o também professor Armando Faria Neves, um português de 87 anos, a Feira do Troca de Olhos D'Água (distrito de Alexânia, a 90 quilômetros de Brasília) completou 50 anos neste final de semana. E venceu o pároco da igreja, que no ano passado havia decretado o seu fim.

Explicando melhor: em julho do ano passado, o pároco da igreja de Santo Antônio, Cleyton Garcia, anunciou em missa na matriz de Alexânia que aquela edição (a 96ª) seria a última feira, pois pretendia revitalizar a praça.

A Igreja alega que o terreno, onde antes existia um amplo gramado no qual eram montados os palcos para apresentação das atrações artísticas e culturais e as barracas dos participantes da Feira, pertence à Arquidiocese. E que o grande número de pessoas - o Troca atrai milhares de turistas do DF e de várias cidades de Goiás - perturba o sossego da paróquia e contraria princípios da Igreja, porque pessoas consomem bebidas alcoólicas e ouvem música em alto volume, além de outras práticas "não cristãs".

É na praça que os participantes estendiam suas lonas e tapetes, ou mesmo montavam suas barracas, para ofertar tudo o que podem para os visitantes. Desde antiguidades a roupas usadas, passando por artesanato e produtos agrícolas produzidos na região. Qualquer tranqueira "tá valendo!". Ou o que está à mostra é vendido, ou é trocado por outra coisa.

Como a feira acontece duas vezes ao ano (no início de julho e de dezembro), no final do ano passado os organizadores - ainda receosos das ameaças do padre - transferiram o evento para duas ruas atrás da igreja. Não deu muito certo. Agora, neste final de semana, trouxeram o evento para o local original... mas sem ocupar a praça!

As barracas foram montadas nas ruas que circulam a área da igreja (a que o padre quer manter intocada). Como se fosse um anel, isolaram a paróquia no meio. E deu muito certo! A praça não foi ocupada (apenas para as pessoas transitarem) e as trocas (que são o charme do evento) aconteceram. Ah! E as festas, também! Viraram a madrugada, em três palcos.

Num deles, o destaque foi a banda de rock de Taguatinga "Trio Desplugado", que tocou repertório dos anos 60 a 80 por 3 horas e meia, ininterruptamente. Ontem, durante o dia, teve até desfile de boneco (inspirado naquele de Olinda). O homenageado foi Leonardo Bastião, conhecido como "o poeta analfabeto", que, apesar de iletrado, fez seus versos todos metrificados, no interior pernambucano.