Por: William França

BRASILIANAS | Parque da Cidade resgata bosque de Burle Marx com 3.000 árvores

Ainda em janeiro, o governador Ibaneis Rocha (MDB) avalia o projeto de arborização que recupera projeto histórico do paisagista Burle Marx | Foto: Renato Alves/Agência Brasilia

Na data em que se completam 30 anos da morte do paisagista, o administrador da área anuncia que o novo bosque terá pista de skate, de patins e novas churrasqueiras

Há exatos 30 anos, o Brasil perdia o gênio Roberto Burle Marx. Embora tenha ficado conhecido internacionalmente ao exercer o ofício de paisagista, também era pintor, desenhista, designer, escultor e cantor. Ele foi o responsável por ter introduzido o paisagismo modernista no Brasil e assina uma série de projetos aqui em Brasília, como os jardins do Palácio do Itamaraty.

Pois nesta semana em que a memória de Burle Marx é reverenciada (ele morreu em 4 de junho), o GDF anunciou a conclusão do plantio de 3.000 mudas de árvores no antigo Bosque dos Pinheiros, no Parque da Cidade - resgatando o projeto original do paisagista. Para isso, houve o envolvimento do Patrimônio Histórico e das áreas de cultura e de turismo da cidade, além dos ambientalistas.

A área equivalente a 6 campos de futebol, onde ficavam os 1.628 pinheiros - muitos dos quais com mais de 40 anos, e condenados por diversos problemas - agora terão exemplares de pau-brasil, acácia, ipê, bromélia, copaíba, jacarandá, palmeira e outras espécies produzidas nos viveiros da Novacap.

"Esse replantio é muito significativo na composição da história do Parque da Cidade", aponta o secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira. "É resgatar o projeto de paisagismo de Burle Marx e ao mesmo tempo garantir aos frequentadores uma área mais arborizada com espécies nativas de nossa região, além da segurança de quem passa pelo parque."

Estima-se que no Parque da Cidade sejam cerca de 14 mil os frequentadores durante a semana e mais de 37 mil aos finais de semana.

O administrador do Parque da Cidade, Todi Moreno, disse ontem à "Brasilianas" que ainda esta semana também vão começar a ser feitos os reforços nas regas, com carros-pipa, para evitar que as mudas recém-plantadas tenham problemas com a seca e o frio, que já começam a mudar a paisagem da cidade. E anunciou novidades: a Novacap vai começar, nos próximos dias, a reformar as 40 churrasqueiras que existem no parque.

Desse total, as 24 que ficavam sob os pinheiros terão de aguardar o crescimento das mudas. Também os parquinhos que existem na área do antigo bosque serão reformados, mas somente mais adiante. E eles vão ganhar novos equipamentos públicos como vizinhos: será feita uma pista de skate e outra de patins.

"Acho que somente daqui a uns dois ou três anos é que poderemos começar a fazer essas obras na área do novo bosque, porque - no momento - a prioridade é que todas as mudas cresçam, e bem", disse o administrador.

Uma curiosidade no plantio do bosque de Burle Marx: as árvores serão identificadas com QR Code exclusivos. Ao direcionar a câmera do celular para esses códigos, as pessoas terão acesso às principais informações sobre cada espécie.

Desde o nome científico até a época de floração e colheita dos frutos, tudo estará ao alcance da tela. A inclusão de imagens detalhadas, que abrangem todas essas informações, facilitará a identificação futura de outras árvores da mesma espécie.

Praça das Fontes poderá ser reformada

Outra obra de Burle Marx que está localizada no Parque da Cidade "está no radar" do administrador Todi Moreno: a Praça das Fontes. "Gostaria que a gente conseguisse reformar o espaço ainda neste governo", afirmou.

O local, que tem originalmente um conjunto de cascatas entremeadas por patamares de concreto e jardins com plantas tropicais, é forrado por pisos de pedra portuguesa. Hoje, está com cara de abandono, esburacado e sem cuidados. O administrador completa, entusiasmado: "Burle Marx é fundamental. Onde teve o gênio e as mãos dele, temos de cuidar. Vamos trabalhar para resgatar essas obras".

Aguardemos... ansiosos!!!

 

PODE PARECER PERSEGUIÇÃO, MAS NÃO É... "FOI SOBRECARGA NO SISTEMA", DIZ O BRB

Desde que "Brasilianas" estreou, em abril, esta coluna tem dado destaque às dificuldades que estão sendo enfrentadas pelos usuários que têm de usar a nova tecnologia que a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) decidiu implantar para o pagamento dos ônibus urbanos, no qual vai eliminar o uso de dinheiro dentro dos ônibus.

Os alertas incluem pouquíssimo tempo para as alterações pretendidas dentro do universo de quase 1 milhão e 350 mil viagens diárias que são realizadas na cidade, as dificuldades técnicas que existem - e que têm de ser superadas - e ainda a mudança cultural que atinge a quase 400 mil pessoas que ainda usam dinheiro. Essas, que o GDF chama de "só 29% dos usuários".

Este colunista é usuário do sistema público de transporte, por opção e comodidade. Por isso, vez por outra, trago informações que são pertinentes a quem enfrenta esse cotidiano. Anteontem, "fui vítima" do tal sistema. E antes que digam (novamente) que eu estou de perseguição e de picuinha com as inovações, eu explico:

O BRB, responsável pelo Cartão Mobilidade (o cartão que permite usar os ônibus e o metrô integrados em 3 viagens, pagando somente uma passagem), alardeia "aos 4 ventos", em publicidades e no próprio APP, que as recargas que são feitas no sistema por meio de PIX são creditadas em até 5 minutos. Ou seja: você manda um PIX para o BRB Mobilidade e, neste tempo estabelecido, você pode usar o cartão para pagar as passagens que precisa.

Lei de Murphy, aquela do improvável que vai dar errado, surgiu de novo. E comigo!!! Anteontem à noite, estava sem créditos para retornar para casa, após o trabalho. Eram pouco mais de 8 da noite. Seguindo o protocolo do sistema estabelecido pelo BRB, fiz um PIX de R$ 50. Imaginava eu que, em 5 minutos, os créditos estariam liberados e que eu poderia pagar o metrô. Mas, fiquei retido na catraca, sem poder passar!

Pois se passaram 26 minutos até que o crédito fosse compensado. Ontem, por coincidência, vi em várias emissoras de TV que tinha havido uma chiadeira geral sobre esse tipo de problema com o uso do PIX. Logo no início da tarde, procurei a assessoria do BRB, que de pronto negou que tivesse acontecido qualquer problema.

Mas, a partir do uso do meu CPF e das comprovações de que o tempo decorrido tinha sido de quase meia hora, no final do dia o BRB assentiu: anteontem, no horário entre 20h e 21h (o justo horário em que eu busquei o sistema) - segundo o banco - foi registrado "o recorde de transações via Pix em um único dia, com 16 mil operações".

Segue a nota: "A alta demanda ocasionou enfileiramento de transações no horário entre 20h e 21h, mas, 98,5% dos usuários não foram impactados. A indisponibilidade foi contornada e o atraso máximo registrado nas recargas foi de 28 minutos."

Ou seja: para azar do BRB (e não por perseguição!), eu estava entre os 1,5% dos usuários que demorou quase meia hora (no meu caso, 26 minutos) para ser liberado. Alguns outros demoraram mais dois minutos para conseguir voltar para casa.

Segundo o banco, hoje, "as transações via Pix já correspondem a 37,3% do volume total de recargas". Certamente, com a determinação (ainda mantida) de "exterminar o dinheiro" (como disse o próprio GDF, em nota) a partir do próximo dia 1º de julho, esse volume, que cresce na ordem de 23.9% ao mês (ainda segundo o BRB) vai aumentar consideravelmente.

Que se preparem os sistemas a contento, então! Como eu havia dito anteriormente, os desafios são enormes. E que, para sorte do BRB, eu não caia na "malha fina" do Cartão Mobilidade novamente e não vire notícia. Oxalá!