Nenhum dos 8 deputados federais do DF participou da audiência pública que discutiu anteontem, por mais de 3 horas, a viabilidade técnica da implantação de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que poderia ligar Luziânia (GO) ao Plano Piloto. O encontro foi realizado na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados. A proposta da reunião foi da deputada Lêda Borges (PSDB-GO) - que é moradora de Valparaiso (GO) e encabeça o movimento em prol desse projeto.
A exceção se deu com a presença da senadora Damares Alves (Republicanos). Esteve no encontro e defendeu a proposta, durante 5 minutos. "Quando disse que vinha aqui discutir isso, muita gente na minha rede social disse: 'É sonho, isso nunca vai acontecer'", afirmou a senadora. "Vou me dedicar, muito, para que o povo do Entorno não deixe de acreditar que isso pode acontecer. É sonho de médio prazo, mas é possível", completou.
Diante de 5 deputados da bancada de Goiás e de 2 senadores goianos (que compareceram), o secretário de Obras e Infraestrutura do DF, Valter Casimiro, disse que a proposta só deixará de ser uma ideia "se houver a integração entre os diferentes níveis de governo - além de parlamentares". Mas a falta de aderência dos brasilienses à ideia, que ficou patente na audiência pública, reforçou o que já é sentido há tempos pelos goianos.
Assim como não encontra eco na bancada federal, o projeto não tem adesão dentro do GDF. A dificuldade começou quando o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) expôs suas diferenças com Ibaneis Rocha (MDB), há mais de 5 anos. Caiado "avocou para si" o comando do projeto e deixou Ibaneis apenas como coadjuvante - que não gostou nada. Opinião de "Brasilianas": enquanto Caiado e Ibaneis estiverem à frente de seus respectivos governos, não vai sair VLT nenhum.
O VLT poderia beneficiar, hoje, cerca de 560 mil pessoas que se deslocam diariamente no entorno do Distrito Federal. O veículo pode atingir uma velocidade de até 100 km/h, diminuindo o tempo de viagem. Apenas o projeto, que envolve a adaptação de 76 km de trilhos existentes, tem custo total estimado em R$ 80 milhões.
