Por: William França

BRASILIANAS | Brasília assume o 2º lugar em emplacamento de carros elétricos

Em março de 2023, durante o lançamento do projeto VEM DF, o governador Ibaneis Rocha anunciou que encaminharia à Câmara Legislativa do DF um projeto de lei para isentar os veículos elétricos de pagamento de IPVA durante cinco anos | Foto: Renato Alves/Agência Brasília

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Carro elétrico abastece em ponto num prédio público, em Brasília | Foto: José Cruz/Agência Brasil
 

No país, se comparado com o percentual da frota, o brasiliense é o que mais adotou a nova tecnologia. Renda per capita alta e IPVA zero estão impactando as vendas

Em maio, Brasília passou a ser a segunda Unidade da Federação a mais emplacar veículos elétricos no País. Em maio foram exatos 1.200 emplacamentos, o que representou 8,82% de novos veículos elétricos no Brasil. Em abril, o Rio de Janeiro estava na vice-liderança: havia emplacado 1.290 carros, contra 1.266 emplacamentos em Brasília, segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE).

Em termos de participação no mercado, São Paulo é o líder, com 34,4% dos emplacamentos. No acumulado do ano (entre janeiro e maio), foram registrados 9.545 emplacamentos entre os paulistas. Brasília aparece com 8,82% e o Estado do Rio de Janeiro, em terceiro, com 7,3%.

Também no acumulado do ano (somatório de todos os carros elétricos emplacados), Brasília surge agora como a segunda colocada, somando 5.438 emplacamentos. Em terceiro, está o Rio de Janeiro (3.075 emplacamentos), seguido por Belo Horizonte (2.136) e Curitiba (2.081).

Uma curiosidade: nos cinco primeiros meses de 2024, os municípios do interior (excluindo as 27 capitais) foram responsáveis por quase a metade - 46% - dos emplacamentos de eletrificados. Em números, isso significa 29.697 eletrificados emplacados fora das capitais, do total de 64.908 no acumulado nacional do ano.

Voltando ao DF... Se a gente comparar o tamanho das populações dos dois Estados, proporcionalmente, o brasiliense é quem está adotando mais a nova tecnologia. Isso porque São Paulo, com seus 11.4 milhões de habitantes, tem 6,2 milhões de veículos. O DF tem 2,8 milhões de pessoas, com o registro de 2.026.116 veículos, segundo o Detran.

Per capita alta e geração própria de energia são os motivos de altas vendas

E por quais motivos o DF vem tendo tanta aceitação? Segundo análise de vários especialistas (esta coluna fez um apanhado geral das opiniões), o principal deles é o alto poder aquisitivo da população. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o DF desponta no país como a unidade da Federação com maior renda per capita, com o rendimento mensal por pessoa de R$ 3.357 - enquanto a média do Brasil é de R$ 1.893.

Outro ponto positivo é o fato de que o DF tem mais de 20 mil conexões operacionais de energia solar em telhados e pequenos terrenos, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

O DF é considerado, ainda, uma das maiores potências de geração de energia solar do país. A combinação de um alto índice de irradiação solar e baixa nebulosidade — até mesmo nos períodos frios e chuvosos — faz de Brasília um local privilegiado. A energia solar no DF se compara com a região Nordeste, mesmo tendo temperatura anual mais baixa.

Em entrevista recente, o professor de engenharia elétrica da Universidade Católica de Brasília, Luciano Duque, fez algumas contas que justificam aquilo que o mercado de veículos novos já está sentindo. "Uma residência que gera 500 kilowatts por hora, um sistema que vai compensar, gira em torno de R$ 23 mil e tem vida útil de 35 anos. Para quem pensa em comprar um carro elétrico, o mais interessante é, antes, instalar a geração de energia solar em casa, para ficar mais barato. Primeiro, gera a própria energia para carregar o carro", disse Duque ao G1.

IPVA zero também é atrativo, inclusive para pessoal de outros Estados

De acordo com a Lei Distrital 4.733, de 2011 - alterada em março de 2023 -, os veículos híbridos e elétricos são isentos de IPVA no DF. A lei de benefício fiscal é revalidada de quatro em quatro anos.

Um carro elétrico mais barato custa cerca de R$ 150 mil. Se fosse pagar IPVA como um carro movido a qualquer outro combustível, no primeiro ano o imposto seria de aproximadamente R$ 5.200 (3,5% do valor da venda). Com a isenção, o proprietário do carro elétrico não pagará nada, nem na compra, nem em ano nenhum.

"Brasilianas" ouviu de alguns analistas que esse atrativo também tem trazido gente de fora interessada em comprar o carro aqui, com isenção. Por ora, não temos como provar nada disso - mas não se descarta esse movimento.

"Nós estamos incentivando o uso do carro elétrico", destacou o governador Ibaneis Rocha, quando sancionou a lei, ano passado. "Ele traz sustentabilidade, diminui a poluição e vale a pena. Quero fazer de Brasília uma cidade realmente sustentável."

 

Empregabilidade para pessoas LGBT do DF será discutida pelo Ministério Público

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio do Núcleo de Direitos Humanos (NDH), promoverá, no dia 26 de junho, o evento com o tema "A empregabilidade LGBTQIA como estratégia de combate à homotransfobia". O objetivo é debater sobre as políticas públicas para empregabilidade de pessoas LGBTQIPAN e prevenção e enfrentamento da homotransfobia.

O seminário, que ocorrerá no auditório da Sede do MPDFT (Eixo Monumental), será aberto para membros, servidores e público externo e ocorre em alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA , celebrado no dia 28 de junho. Por meio de debates, o encontro tratará sobre a ação educacional que visa sensibilizar e trazer à luz as violências e realidades diversas vividas por pessoas LGBTs do Distrito Federal.

Entre os temas abordados, estão as dificuldades na obtenção de postos de trabalho em virtude da homotransfobia, que cerceia possibilidades de qualificação, promoção na carreira e, principalmente, a própria empregabilidade desse grupo vulnerável.