Por: William França

BRASILIANAS | GDF contrata 150 anestesistas para reduzir fila de cirurgias

Por meio de contrato inédito, novos anestesistas vão operar em todos os hospitais da rede pública de saúde do DF | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

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Com investimentos de cerca de R$ 20 milhões, os serviços complementares de anestesia para a rede pública deverão ser prestados por 12 meses | Foto: Jhonatan Cantarelle /Agência Saúde-DF

Atualmente, mais de 24 mil pessoas têm cirurgias agendadas. Outras 12 mil aguardam na fila. Para elas, o tempo de espera, médio, é de 73 dias - o menor da série histórica

De acordo com o Mapa Social da Saúde, o Distrito Federal tinha, ontem, na rede pública de saúde, uma fila de 24.047 pessoas com cirurgias agendadas para os próximos meses. O tempo médio de espera dessas pessoas é de 142 dias, segundo a ferramenta pública de controle on-line, gerenciada pelo Ministério Púbico do DF, criada em outubro do ano passado.

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O Mapa Social da Saúde, do MPDFT, indica uma expressiva redução no tempo de espera para cirurgias eletivas, desde 2019 | Foto: MPDFT

Além desse grupo, outras 11.920 pessoas aguardam, numa fila, para marcarem uma cirurgia. Neste caso, a fila de espera indica que esse paciente tem aguardado 73 dias para que consiga agendar o procedimento médico. Esse tempo (mais de 2 meses), embora pareça longo, é o menor da série história pesquisada, desde 2019.

Naquele ano - o primeiro do governador Ibaneis Rocha (MDB) - o tempo médio de espera era de (inacreditáveis) 1.746 dias, quase 4 anos e meio aguardando para agendar um procedimento. De lá para cá, o gráfico aponta uma queda vertiginosa nesse tempo de espera. Mas, apesar dessa melhora, o gargalo ainda apontava para um problema: a falta de anestesistas.

A falta desses profissionais impede a realização de quaisquer procedimentos cirúrgicos de urgência e atrasa a fila de cirurgias eletivas. E, por serem fundamentais - numa questão que não cabe à "Brasilianas" discutir, mas apenas apontar - eles começaram a barganhar sobremaneira. É a velha lei da oferta e da procura...

Tanto que, nas últimas tentativas de nomear anestesistas como servidores da Secretaria de Saúde do DF, por meio de concurso, houve baixíssima adesão. Os anestesistas ganham muito mais "por fora" do que se estiverem atrelados a uma agenda de atendimento na rede pública.

Todas as estratégias foram tentadas antes

A solução encontrada agora pelo GDF foi a de investir cerca de R$ 20 milhões na contratação de 150 profissionais de anestesia - todos como pessoa jurídica, incluindo profissionais individuais, empresas e cooperativas. Eles atuarão pelos próximos 12 meses, com a expectativa de atender a cerca de 26 mil procedimentos de anestesiologia. O trabalho desse grupo foi iniciado ontem, segundo a Secretaria de Saúde.

A diretora de Serviços de Urgência e Cirurgia, da Secretaria de Saúde, Juliana Leão, destaca que esse é um contrato inédito. "No ano passado, realizamos mais de 86 mil cirurgias eletivas e de urgência. Esse novo modelo de contratação ocorre como uma das inúmeras estratégias da pasta para preencher as vagas necessárias", destaca.

A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, explicou a necessidade da contratação de PJs para suprir essa demanda. "Teremos anestesistas operando em todos os hospitais da rede. Esta semana, eles já conheceram as equipes de trabalho e as características das salas de cirurgia", afirma. A resolução que autorizou a contratação foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) no mês de novembro de 2023, e válida por até dois anos.

Para auxiliar nas tarefas desse novo grupo, foram entregues, neste mês de junho, 11 novos aparelhos de anestesia para os hospitais da rede pública, com investimento de R$ 3,2 milhões. A aquisição dos aparelhos completa o lote inicial de 64 unidades recebidas em julho do ano passado, quando a pasta fez um investimento de R$ 18 milhões. Agora, todas as salas de cirurgia dos hospitais púbicos contarão com esse tipo de equipamento.