Por: William França

BRASILIANAS | E falando em metrô... Novos vagões só em 2026. Ou quiçá em 2027

Em janeiro deste ano, um vagão pegou fogo próximo à estação Águas Claras. Motivo: curto-circuito. Não houve feridos | Foto: Arquivo pessoal / Gadelha

O usuário do Metrô-DF ainda vai ter de esperar "de dois a três anos, pelo menos" para que possam começar a chegar os 15 novos vagões que virão reforçar a frota. Atualmente, estão em serviço 20 trens da série 1000 (que têm entre 27 e 30 anos de idade - quando foi inaugurado o modal de transporte pelo então governador Joaquim Roriz) e outros 12 trens da série 2000, mais novos.

Os dados foram revelados pelo diretor-presidente da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), Handerson Cabral, durante coletiva de imprensa no último domingo (14) - um dia após mais um vagão do metrô ter se incendiado enquanto operava. Foi o segundo, apenas neste ano.

Sobre os novos trens, Cabral disse que o projeto de aquisição dos 15 novos trens ainda tramita no Ministério das Cidades. "O projeto já foi aprovado pelo Ministério e deve ser contemplado na linha de financiamento do BNDES, dentro do Renova Frota, parte do PAC Mobilidade. Nossa expectativa é que saia o resultado entre outubro e novembro", contou. São necessários cercas R$ 900 milhões para esta compra.

A partir da destinação dos recursos pelo banco começará o processo interno dentro do BNDES, que deve durar de quatro a cinco meses. Só então é autorizado o início do processo de licitação. "Ou seja, é um projeto que ainda vai demandar de dois a três anos, já que é uma concorrência complexa", completou.

Handerson Cabral reforçou que os novos trens não substituirão os antigos. "Na verdade, será uma ampliação de frota, já que os trens mais antigos ainda têm vida útil e podem ser revitalizados com a troca de componentes por outros mais modernos.

Incêndio provocou paralisação do sistema, no sábado

Um incêndio atingiu um carro de um dos trens do Metrô por volta das 19h de sábado (13), na Estação 112 Sul. No momento do incêndio não havia passageiros no trem, que estava sendo recolhido ao pátio de manutenção, que fica no final da Asa Sul. O fogo foi rapidamente controlado pelo Corpo de Bombeiros e não houve feridos.

Segundo o Metrô-DF, o trem estava com as manutenções preventivas em dia e, nos últimos anos, não passou por manutenção corretiva. Segundo o presidente da companhia, "todas as trilhas de manutenção do sistema são feitas regularmente e não falta dinheiro para isso".

Foi o segundo caso de incêndio de vagão, apenas neste ano. Em janeiro, uma outra composição pegou fogo, próximo à estação Águas Claras. Naquele incidente também não houve feridos - os passageiros haviam sido retirados do vagão minutos antes.

"Como é o segundo caso de incêndio e ocorreu de forma semelhante, queremos uma inspeção detalhada em conjunto com a fabricante para planejar substituição de peças ou componentes, se for o caso, para mitigar e eliminar qualquer tipo de risco em toda a frota" afirmou o superintendente de Operação do Metrô-DF, Renato Avelar.

Após o primeiro incidente de incêndio em janeiro, todos os trens da série 1000 passaram por inspeção termográfica (que consiste em uma simulação da operação e medição da temperatura para identificar, com câmeras próprias, possível elevação ou sinal de curto-circuito).

Isso porque, de acordo com relatório final de uma comissão técnica que avaliou as causas daquele incêndio, o fogo foi causado por um curto-circuito no interior do armário elétrico que existe em cada carro. Todos os trens que apresentaram algum aquecimento passaram por manutenção corretiva.

O trem 18 (que pegou fogo no último sábado) não havia apresentado nenhuma alteração nem necessidade de manutenção corretiva nos últimos anos. Também estava com todas as manutenções preventivas em dia, que foram feitas em março, abril, maio e junho (a última havia sido feita no dia 22 de junho).