As heranças dos antepassados são o ponto de partida da exposição “Linhagem Cartográfica”, da artista Denise Vourakis – que além de artista visual, é escritora e psicóloga de formação junguiana. Inspirada por sua própria vivência, sua pesquisa artística também é influenciada por sua experiência clínica e dessa forma dá origem à essa mostra singular.
A narrativa remete a procedências, rupturas e deslocamentos que muitas vezes são inevitáveis na vida, salientando importantes aspectos comuns da história de cada um: as heranças físicas e emocionais.
“Todos nós possuímos um passado ancestral que influencia escolhas, destinos e vocações. São frutos das distâncias percorridas, caminhos vividos por aqueles que vieram antes de nós. São estas andanças que norteiam este meu trabalho”, afirma Denise Vourakis.
Com vernissage esta quinta-feira (08), “Linhagem Cartográfica” tem curadoria de Rogério Carvalho e poderá ser conferida até 22 de setembro, na Galeria Parangolé, no Espaço Cultural Renato Russo. Em tempo: o local está comemorando 50 anos neste mês.
A narrativa da exposição remete a origens, heranças, rupturas e deslocamentos que muitas vezes são inevitáveis na vida. Vourakis busca salientar um importante aspecto comum da história de cada um: as heranças físicas e emocionais.
“É uma observação fascinante e surpreendente. Conhecer este passado tem muita participação na compreensão dos caminhos que percorremos na vida”, revela. “Assim como a maioria dos brasileiros, também sou descendente de povos que atravessaram o mar. Em minha família fui muito influenciada pelo meu avô materno, que veio para o Brasil, de navio, da Grécia. Não foi uma adaptação fácil para ele. Minhas travessias não foram tão longas. Se iniciaram muito cedo, ainda marcadas na memória, quando criança viajava constantemente pelo litoral do Rio de Janeiro”, completou.
“No entanto, ao deixar a efervescência cultural do Rio de Janeiro, os amigos e amores, a universidade, a vida à beira-mar, os cenários de minha infância e juventude, para viver em uma Brasília ainda muito empoeirada e muitíssimo diferente da capital que é hoje, foi muito desafiante. Os choques culturais existem de maneira repetitiva, nas mudanças que vivemos. São experiências, sensações, heranças que vão se repetindo na vida das pessoas.”