Por: William França

BRASILIANAS | Juíza lança livro que discute o envelhecimento do / no Brasil

A juiza Monize da Silva Freitas Marques autografa a coletânea "O Paradoxo da Idade no Brasil". | Foto: Rafael Victor/TJDFT

A juiza Monize da Silva Freitas Marques, do Tribunal de Justiça do DF, decidiu organizar e editar a coletânea "O Paradoxo da Idade no Brasil – Um país jovem que envelheceu rapidamente".

O Censo de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que o total de pessoas com 65 anos ou mais no país chegou a 10,9% da população. São aproximadamente 32 milhões de pessoas, sendo que 55,7% do total é formado por mulheres.

Esse número indica uma alta de 57,4% frente a 2010, quando esse contingente era de aproximadamente 14 milhões de pessoas, ou 7,4% da população. O aumento da população de 65 anos ou mais, em conjunto com a diminuição da parcela da população de até 14 anos no mesmo período (que reduziu de 24,1% para 19,8%), evidenciam o franco envelhecimento da população brasileira.

Com base em estatísticas como essas, e com a percepção de boa parte desse grupo está em situação vulnerável e suscetível a violência física e a golpes, e desrespeito aos desejos do idoso, como poder escolher onde quer viver, é que a juiza Monize da Silva Freitas Marques, do Tribunal de Justiça do DF, decidiu organizar e editar o livro "O Paradoxo da Idade no Brasil – Um país jovem que envelheceu rapidamente". A professora Virna de Barros Nunes Figueiredo também assina a coletânea.

“O Brasil não está preparado para lidar com o envelhecimento”, afirma a magistrada, que é Juíza Auxiliar da Corregedoria da Justiça do DF, titular do 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Ceilândia e Coordenadora da Central Judicial da Pessoa Idosa (CJI) do TJDFT. A juíza Monize é mestre em gerontologia, fundadora do Instituto Parentalidade Prateada (IPP) e coordenou Grupo de Trabalho do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para implantação da Política Nacional de Atenção à Pessoa Idosa no âmbito do Judiciário, materializada na Resolução CNJ 520/2023.

“Sabe-se que a longevidade é um grande triunfo da humanidade. Contudo, para além de acrescentar anos à vida, é necessário conferir dignidade aos anos acrescentados. Uma maior participação do Estado na tarefa de cuidar, assumindo sua parte já prevista em legislação, permitirá que as famílias possam contemplar o envelhecimento como algo positivo, inclusivo e pedagógico, mas, principalmente, livre de violência.”, afirma trecho do livro, assinado pela magistrada.

O livro é uma reunião das contribuições de especialistas sobre o fenômeno e da discussão sobre as leis e normas vigentes no Brasil, além de diversos aspectos do envelhecimento saudável. “Esta coletânea oferece uma visão realista da questão do envelhecimento no Brasil. Além disso, reforça a necessidade de se observar a longevidade nas perspectivas individual e coletiva, pública e privada”, afirma a sinopse.

O lançamento no TJDFT foi na noite da última sexta-feira (09).

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1º Vice-Presidente do TJDFT, desembargador Roberval Belinati, e a juiza Monize da Silva Freitas Marques. | Foto: Rafael Victor/TJDFT