Por: William França

BRASILIANAS | Jovens compõem 27% da população em idade ativa do DF

A participação do jovem no mercado de trabalho no DF equipara-se à média nacional | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Boletim da juventude mostra crescimento no assalariamento e estabilidade na participação dos jovens brasilienses em meio aos desafios ocupacionais

Em 2023, os jovens representavam 27,3% da População em Idade Ativa (PIA) do Distrito Federal, totalizando 702 mil pessoas, segundo dados apurados pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). Os estudos foram feitos pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), juntamente com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Os dados apurados no DF são equiparados à média nacional. De acordo com os microdados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no país cerca de 48 milhões de jovens com idade entre 15 e 29 anos e estes correspondem a 27,4% da população brasileira em idade para trabalhar.

Dentre os jovens brasilienses, segundo a pesquisa, 67,9% participavam do mercado de trabalho, com 47,7% ocupados e 20,2% desempregados. Por outro lado, a pesquisa revelou que 32,1% estavam na inatividade.

"A Força de Trabalho do DF é jovem e enfrenta os desafios da transição para a fase adulta da vida sobrecarregada por três problemas cruciais - o desemprego, o trabalho precário e a preparação escolar. De fato, atravessamos uma conjuntura mais favorável no mercado de trabalho regional, mesmo assim, as dificuldades para a juventude estão colocadas exigindo acompanhamento sério e políticas públicas, afinal mais da metade dos desempregados tem até 30 anos e apenas 45,3% deles estão na escola", explicou Lucia Garcia, economista e técnica do Dieese, à Agência Brasília.

A população jovem pesquisada no DF foi agregada em três grupos etários: adolescentes (15 a 17 anos), jovens-jovens (18 a 24 anos) e jovens-adultos (25 a 29 anos).

Conhecça o desdobramento de algum dos dados apurados:

A predominância do setor de serviços como principal empregador dos jovens foi ainda mais evidente em 2023, absorvendo 68,6% dessa população. O comércio e reparação, apesar de uma ligeira queda de 1,8 ponto percentual em relação a 2022, ainda representava 23,1% das ocupações, enquanto a construção e a indústria de transformação mantiveram-se estáveis.

Entre os jovens-adultos, o setor de serviços teve um papel ainda mais importante, empregando 71,2% desse grupo, em comparação aos jovens de 18 a 24 anos, que tinham uma maior participação no comércio e reparação.

O levantamento também mostrou que, em 2023, quase 80% dos jovens ocupados eram assalariados, principalmente no setor privado, onde 61,8% tinham seus contratos registrados em carteira assinada. Entretanto, houve um pequeno aumento na informalidade, com 12,4% dos jovens sem registro em carteira.

O trabalho autônomo, embora tenha sofrido uma leve queda, ainda era uma importante fonte de renda para 13,5% dos jovens. Em relação a 2022, observou-se um aumento na proporção de estagiários e aprendizes, refletindo uma maior busca por qualificação profissional.

Quanto à situação de estudo e trabalho, 45,3% dos jovens entre 15 e 29 anos estavam estudando, 47,7% trabalhavam e 20,2% procuravam emprego. Uma parcela significativa conciliava estudo e trabalho, enquanto 34,4% dedicavam-se exclusivamente ao trabalho.

Por outro lado, 8,3% da juventude não estudava, trabalhava ou procurava emprego, sendo que 3,2% desse grupo se dedicava a afazeres domésticos. Em nível nacional, o grupo dos "nem-nem" (nem estuda nem trabalha) representava uma parcela de 19,8% dos jovens de 15 a 29 anos no Brasil, ou seja, um entre cinco, não estudava nem trabalhava em 2023, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.

Entre 2022 e 2023, houve uma ligeira redução na proporção de jovens que se dedicavam exclusivamente ao estudo ou ao trabalho. Entretanto, a parcela dos que não estudavam, trabalhavam ou procuravam emprego manteve-se estável, indicando a complexidade das escolhas que os jovens enfrentam ao transitar para a vida adulta.