Por: William França

BRASILIANAS | GDF e STJ fecham acordo para criação de bosque

O ipê-branco floresceu mais cedo este ano, juntando-se ao rosa e também ao amarelo e ao roxo | Foto: Lúcio Bernardo Jr./ Agência Brasília

Novacap vai doar 1,3 mil plantas, quase todas do bioma Cerrado. E, alterado pelas mudanças climáticas, o ipê-branco floresceu mais cedo este ano

O GDF e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) formalizaram um acordo para que seja feito o plantio de um novo bosque, em torno do conjunto de edifícios do tribunal - que será ampliado. Ao todo, serão plantadas 1,3 mil árvores de diferentes espécies, doadas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).

A implantação de um bosque faz parte do projeto de ampliação da sede, com a construção do último bloco previsto no projeto original do arquiteto Oscar Niemeyer. "De um lado, ganhamos um novo espaço - o quarto prédio -, e igualmente daremos mais área verde para Brasília, em tempos de crise do clima, da biodiversidade e da saúde ambiental da população", destacou o presidente do STJ, ministro Herman Benjamin - segundo reportagem da Agência Brasília.

A ordem de serviço para o novo bosque foi assinada pelo governador Ibaneis Rocha e pelo ministro Benjamin. O vice-presidente do STJ, ministro Luis Felipe Salomão, e o secretário-chefe da Casa Civil do GDF, Gustavo Rocha, também participaram da assinatura, assim como o presidente da Novacap, Fernando Leite, o ministro Francisco Falcão (decano e ex-presidente da corte), e o diretor-geral do tribunal, Sérgio Pedreira.

"Esse é o tribunal que talvez receba o maior número de processos no país, é o nosso tribunal da cidadania. Nós vamos cuidar da ampliação, fazer todo o encaminhamento necessário para dar agilidade a essa obra tão importante para o STJ", disse o governador Ibaneis Rocha.

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O Bosque dos Tribunais irá 'abraçar' a área do STJ, que ganhará mais um edifício em breve | Foto: Divulgação/Novacap

Além do plantio das mudas, a Novacap vai fazer o cercamento do local para caracterizar um parque arborizado. Segundo a Companhia, serão construídas alas com ipês amarelos e outras espécies para que elas floresçam em diferentes épocas do ano.

Dos 1.092 exemplares que serão plantados, haverá pequis (45), barus (63), palmeira Jerivá (56), ipês amarelos (65), ipês brancos (57), ipês roxos (21), jacarandás-mimosos do cerrado (102), jatobás do cerrado (57), chuvas de ouro (84), angicos (40, aroeiras (53) e mognos (44), entre outras espécies.

"A Novacap está iniciando a implantação do Bosque do STJ. Há um esforço grande e louvável do presidente Herman Benjamin de fortalecer e revigorar essa área verde do tribunal. Vai ser um bosque diferenciado que vai criar esse ambiente natural fantástico e privilegiar a fauna e a flora dessa região", detalha o presidente da Novacap, Fernando Leite.

Este ano, ipês-brancos floresceram antes, junto aos de outras cores

Com o calendário de floração alterado pelas mudanças climáticas, o ipê-branco floresceu mais cedo este ano, juntando-se ao rosa e também ao amarelo e ao roxo. Os ipês transformam o cenário de seca da capital federal em um cartão postal colorido.

Atualmente são cerca de 270 mil ipês, de diversas cores, por toda a cidade. A previsão é de plantar mais 40 mil mudas pelo Distrito Federal ainda neste ano, segundo a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).

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A florada antecipada das espécies deve-se ao fator climático, que faz com que todas as espécies se antecipem ao sentir a baixa umidade | Foto: Lúcio Bernardo Jr./ Agência Brasília

O chefe de Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Raimundo Silva, explica que as flores dos ipês amarelo e roxo perduram mais, enquanto no ipê-branco a flor cai após cerca de cinco dias de florada. De duração efêmera, a espécie é encontrada nas matas ciliares e matas secas do Distrito Federal e das regiões Centro-Oeste e Sudeste.

"É o mesmo cultivo para todos, mas procuramos criar grupos com cores iguais no DF. Precisamos ter uma cidade com arborização harmoniosa, até para evitar pragas e doenças", detalha o gestor.

O diretor do DPJ reforça que a florada antecipada das espécies deve-se ao fator climático, que faz com que todas as espécies se antecipem ao sentir a baixa umidade. "A planta sente que aquilo pode propiciar uma possível morte e procura deixar sementes para perpetuar a espécie", ressalta.

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As flores dos ipês amarelo e roxo perduram mais, enquanto no ipê-branco a flor cai após cerca de cinco dias de florada | Foto: Lúcio Bernardo Jr./ Agência Brasília