Mônica Salmaso teve problemas no som e luz durante apresentação no Auditório Planalto e reclamou de ser obrigada a usar equipe local, com equipamento defeituoso e incompleto
Conhecida pelo ecletismo do seu repertório, que abrange um amplo espectro da música brasileira, pela sofisticação dos seus arranjos e pelo resgate de composições pouco visitadas - quase um garimpo entre os grandes e antigos compositores - a cantora Mônica Salmaso deixou Brasília muito insatisfeita com os problemas técnicos que atrasaram e comprometeram sua apresentação.
O show "Minha Casa", que integra uma turnê nacional iniciada ano passado, aconteceu no Auditório Planalto, do Centro de Convenções Ulysses, na noite de quinta-feira (11). Toda a lotação do espaço, de 955 lugares, estava ocupada. Os ingressos estavam esgotados havia meses.
"Já no avião (...) depois do atraso enorme provocado por toda a sorte de pepinos vindos de um equipamento de som e de luz que a empresa (exigida pelo teatro) nos mandou. Tudo faltando, muita coisa estragada (que vergonha! Eles alugaram de terceiros ou mandaram o que tinha de pior?)" afirmou a artista, em sua conta no Instagram.
Quem compareceu ao Ulysses esperou por mais de meia hora, além do horário previsto, sem entender o que estava acontecendo. Ao abrir a sua apresentação, Mônica prontamente pediu desculpas e relatou por alto os problemas. A plateia teve de assistir ao show com ruídos e chiados em algumas músicas, fruto de possíveis falhas de balanceamento dos microfones e cabos.
"Nossos técnicos - que estavam no teatro desde muito cedo - foram heróis!", afirmou Mônica. "O show perigou não acontecer até o último minuto, com a gente pronto no palco e o público no foyer esperando", desabafou a artista, no Instagram. E continua: "Cabos emendados dando defeito, plano B e plano C na luz desfalcada até o último segundo, desespero para abrir a entrada do público", narrou Mônica, acrescentando emojis de desespero e de raiva ao texto.
A apresentação no Ulysses, apesar dos problemas, seguiu o roteiro. Quase duas horas de espetáculo, com direito a duas músicas extras de bis. Mônica Salmaso se tornou mais conhecida durante a pandemia, quando liderou o projeto "Õ de casas", em que fez duetos com artistas diversos, como Chico Buarque. Aliás, ela fez parte da turnê de Chico no Brasil e em Portugal, abrindo os seus shows.
O que disse o Centro de Convenções Ulysses
Procurado por "Brasilianas", a assessoria do Ulysses reconheceu, em nota, o atraso e pediu desculpas à artista e à produção e aos participantes. Não ficou explicito se "participantes" é o público pagante do espetáculo.
Segundo a nota, desde agosto de 2018 o Consórcio Capital DF realizou mais de 1.000 eventos - sendo 500 shows, aproximadamente - "sem nenhuma ocorrência registrada". Neste caso, o do show "Minha Casa", o consórcio afirma que está "finalizando o laudo técnico para apurar as respectivas responsabilidades".
"Independentemente da justificativa apresentada, serão tomadas todas as providencias cabíveis para eliminar esse tipo de ocorrência", disse a nota. Segundo o consórcio, a equipe técnica e de gestão do Ulysses foi comunicada pelo cliente (produção da Mônica Salmaso) no momento da ocorrência.
Ainda segundo o concessionário, "todos os fornecedores credenciados (pelo Ulysses) ou preferenciais são selecionados por critério técnico e avaliados mensalmente. No caso em questão - projetos de sonorização - são 18 empresas que o cliente (o artista) pode selecionar", explicou.
"O nosso maior objetivo é proporcionar a melhor experiência do cliente, seja o contratante e/ou os participantes dos diversos tipos de eventos realizados no Ulysses. Programas de qualidade, treinamento e monitoramento dos diversos parceiros que atuam no Ulysses representam um grande investimento assumido pelo Consórcio Capital DF.