Por: William França

BRASILIANAS | Resgate de animais ganha estrutura, após incêndios florestais

A vice-governadora Celina Leão acompanha a ação dos bombeiros e voluntários no Parque Nacional de Brasílía | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

GDF instala tenda no Parque Nacional para atendimento médico à fauna silvestre e doméstica atingida pelos incêndios florestais. Voluntários já atuam para resgatar a flora e fauna da Floresta Nacional

O Governo do Distrito Federal instalou ontem (18), uma tenda de apoio dedicada ao resgate e atendimento de animais domésticos e silvestres afetados pelos recentes incêndios florestais no Parque Nacional de Brasília.

A iniciativa tem como objetivo prestar assistência emergencial aos animais vítimas das queimadas, além de promover a reabilitação e reintegração deles ao habitat natural. A ação é coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema-DF) em parceria com o Brasília Ambiental, o Corpo de Bombeiros do DF (CBMDF), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA).

A vice-governadora Celina Leão afirma que a ação busca preservar a fauna e reduzir os impactos dos incêndios, que têm sido combatidos incansavelmente pelo Corpo de Bombeiros do DF e por brigadistas dos órgãos ambientais.

"Estamos atuando rapidamente para resgatar os animais que sobreviveram aos incêndios florestais no Parque Nacional de Brasília. Nosso intuito é auxiliá-los na recuperação para que eles possam retornar ao habitat natural de modo seguro. Ao mesmo tempo em que atuamos firmemente para controlar e impedir novas queimadas e punir os culpados pelos incêndios criminosos", enfatiza a vice-governadora.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Gutemberg Gomes, essa ação faz parte dos esforços contínuos do GDF para preservar a fauna local e minimizar os impactos das queimadas no ecossistema da região. "Nosso compromisso é agir rapidamente para socorrer os animais afetados e dar todo o suporte necessário para a sua recuperação", afirma.

Macaque in the trees
A tenda montada para atender no resgate de animais afetados por incêndios no Parque Nacional de Brasília | Foto: Divulgação/Sema

Ação visa mais que o atendimento médico

A tenda de apoio conta com uma equipe especializada de veterinários, biólogos e técnicos responsável por prestar atendimento médico emergencial, realizar exames, estabilizar os animais feridos e, quando possível, liberá-los de volta à natureza após o tratamento.

Além do atendimento médico, a iniciativa visa conscientizar a população sobre a importância da preservação da fauna e flora do Parque Nacional de Brasília. "É fundamental que a comunidade se engaje nesse esforço de proteção ambiental. Cada um pode contribuir, desde reportando a presença de animais feridos até adotando práticas sustentáveis", destaca Gomes.

O presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, destaca que o esforço do GDF garante a qualidade dos atendimentos prestados. "As secretarias trabalham em conjunto. Nossas equipes estão aptas a atender esses animais e encaminhá-los seja ao Serviço Veterinário Público (Hvep), ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) ou ao Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre (Hfaus)", afirma.

A tenda ficará instalada no Parque Nacional de Brasília enquanto durar a necessidade de atendimento aos animais atingidos pelas queimadas na região.

Voluntariado se mobilizou, também

Após o incêndio devastador no início de setembro na Floresta Nacional (Flona), foram abertas inscrições para que voluntários para atuar e colaborar em diferentes frentes de trabalho, inclusive no apoio à fauna e no plantio de mudas e sementes.

Segundo os organizadores da "Operação Flona Viva", foram feitas mais de 2.300 inscrições. "Com grande satisfação, informamos que já alcançamos um grupo significativo de voluntários e, por isso, as inscrições estão temporariamente suspensas".

Os grupos irão trabalhar em várias frentes. Estão sendo organizados grupos de voluntários para trabalhar na recuperação da floresta e no auxílio aos animais. Eles serão divididos em 3 diferentes frentes de atuação:

- Grupo 1 - Apoio à Fauna: atividades de recolhimento de doações e logística, para que as doações cheguem nas quantidades corretas e onde é preciso, para não sobrar nem faltar; distribuição dos alimentos para os animais na FLONA, coordenada pelos especialistas.

- Grupo 2 - Desobstrução de Vias e Trilhas: atividades de desobstrução das trilhas, com corte das árvores em risco de queda. Devido ao risco de acidentes apenas pessoas com capacitação e experiência nessas atividades serão chamadas. Também pediram para quem tiver equipamentos como motosserras e EPI disponibilizarem, pois o ICMBio tem poucas unidades.

- Grupo 3 - Mutirões de Recuperação da FLONA: a partir da segunda quinzena de outubro serão realizados grandes mutirões para plantio de mudas e recuperação da flora nativa da FLONA. Só será a partir de outubro por causa da seca e porque antes precisam retirar as árvores com risco de queda etc. Até lá, as atividades serão de conseguir sementes e preparar as mudas para o posterior plantio.

Panorama da situação na FLONA

Quase a metade da área foi queimada e milhares de árvores caíram ou estão com risco de cair. Por causa desse risco de quedas, a FLONA está fechada para o público.

Grande parte da sinalização e da estrutura das trilhas foi destruída, então será necessário um grande trabalho de reconstrução.

Quantidade incalculável de animais pequenos e rasteiros mortos. Alguns maiores também encontrados. As equipes ainda estão trabalhando na busca de animais, mas agora é difícil que ainda sejam encontrados com vida.

Distribuição de alimentos em pontos estratégicos da FLONA está surtindo efeito. Já tiveram vários registros de animais se alimentando, inclusive uma anta com filhote.

Macaque in the trees
O presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, garante a qualidade dos atendimentos prestados. "As secretarias trabalham em conjunto. Nossas equipes estão aptas a atender esses animais" | Foto: Divulgação/Sema