Tribunal de Contas avaliava edital. Empresa promete que, até abril de 2025, 70 mil pontos terão luminárias substituídas por LED. O investimento previsto é de R$ 300 milhões em até 3 anos
Após dois meses de análise, em processo sigiloso, o pleno do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) aprovou, por unanimidade, o edital da CEB IPes que vai viabilizar a instalação de luminárias de LED em todo o DF. A CEB Ipes responde pela iluminação pública distrital desde fevereiro de 2021.
A decisão do TCDF, tomada anteontem (23), autoriza que a CEB Ipes faça a contratação das empresas que irão realizar a substituição de todas as luminárias convencionais do parque de iluminação pública do DF por modelos em LED. O investimento previsto é de R$ 300 milhões, em até três anos.
Após a equipe técnica da CEB IPes apresentar as justificativas para o modelo de implantação da troca de lâmpadas, o processo foi apreciado pelo pleno da Corte de Contas distrital, e aprovado por unanimidade.
Vencida essa etapa, a CEB IPes pretende publicar o edital ainda nesta semana, e correndo tudo dentro da normalidade esperada, a previsão para o início das trocas se dará em 60 dias – ou seja, a partir de dezembro deste ano.
Até abril, 70 mil pontos
Há quase um ano, em dezembro do ano passado, o governador Ibaneis Rocha (MDB) assinou o contrato de concessão do serviço de iluminação pública do DF para a Companhia Energética de Brasília (CEB Ipes). A duração do acordo é de 30 anos e os recursos a serem aplicados na substituição das luminárias são da própria CEB Ipes.
Quando do contrato, foi anunciada a meta de trocar todos os 320 mil pontos de iluminação que hoje compõem o parque de iluminação pública do Distrito Federal por luminárias de LED - além de instalar novos pontos. O prazo estabelecido para todo o processo foi de três anos.
Ontem, após a divulgação do resultado da análise do edital, o setor de planejamento da CEB IPes afirmou, em nota enviada a “Brasilianas”, que “até abril de 2025, 70 mil pontos estarão com as luminárias substituídas por modelos de LED”.
Segundo a empresa, os demais pontos estarão concluídos até o primeiro semestre de 2026. O plano de execução da eficientização será oficialmente anunciado no fim de novembro, assim que ocorrer a homologação do processo licitatório.
“A meta é que todas as áreas identificadas como pontos com registros de ocorrências de episódios de violência, com maior foco de escuridão e com mais episódios de furtos de cabos, ao exemplo da Asa Norte no Plano Piloto, setores Ceilândia Norte, entre outras regiões, tenham suas luminárias substituídas com celeridade”, afirmou a CEB Ipes, em nota.
Meta é o DF ser o primeiro
Quando da assinatura do contrato com a CEB Ipes, ano passado, o governador Ibaneis Rocha afirmou que o DF deve ser a primeira unidade da Federação a ter toda a sua iluminação pública por postes com lâmpadas em LED.
“Em breve teremos todo o DF iluminado com lâmpadas de LED. É um projeto que estamos tocando desde 2019, com bastante cuidado. Esse contrato traz desenvolvimento para o DF. Isso nos deixa felizes porque estamos na capital do Brasil e esse exemplo vai ser dado por uma empresa pública, que é a CEB”, disse Ibaneis Rocha.
Com a outorga, feita em fevereiro de 2021, a CEB Ipes passou a ser responsável pela modernização, eficiência e expansão de todo o parque de iluminação pública do Distrito Federal. O acordo, aprovado pela Câmara Legislativa do DF (CLDF), tem participação das secretarias de Obras e Infraestrutura e de Planejamento, Orçamento e Administração, além da Consultoria Jurídica do governo e da Procuradoria-Geral do DF (PGDF).
Naquela data, houve a assinatura da transferência do controle da CEB Distribuição para o Grupo Neoenergia. O GDF permanece controlador da CEB Holding – que por sua vez, criou a empresa estatal CEB Iluminação Pública e Serviços – CEB Ipes.
Vantagens do LED
Desde 2019, a CEB Ipes substituiu mais de 130 mil luminárias tradicionais de vapor de sódio (amarelas) por LED. O trabalho demandou um investimento de R$ 90 milhões, pago com recursos da Contribuição de Iluminação Pública (CIP), até então administrados pela Secretaria de Obras do Distrito Federal (SODF).
Em linhas gerais, a opção pelo LED – as chamadas lâmpadas brancas – se dá pela melhora na luminosidade das ruas, pelo aumento da segurança da população e pela redução do gasto com energia, com uma economia que pode chegar a 50%.
Atualmente, o DF é iluminado majoritariamente por lâmpadas amarelas, de vapor de sódio. Elas consomem mais e geram custos maiores, além de não colaborarem com o meio ambiente.
Recicláveis, as lâmpadas de LED chegam a ter 60 mil horas de vida útil, enquanto as de vapor de sódio chegam, no máximo, a 32 mil horas. Por terem maior durabilidade, as de LED demandam menos trocas e, consequentemente, menor custo com mão de obra para manutenção do sistema.
Além disso, o LED é mais resistente e não utiliza filamentos metálicos, descarga de gases, radiação de raios ultravioleta e vidro. Outra vantagem é um índice de resolução maior. O chamado Índice de Resolução de Cor (IRC) do LED é categoria 70, contra 20 da de vapor de sódio.
