BRASILIANAS | Exposição com 200 obras marca a chegada dos 40 anos do MAB

Mostra está aberta a partir de hoje para o público. A exposição ‘Museu Imaginário traz ao público cerca de 200 obras do acervo do museu e da Coleção Brasília, Reúne trabalhos de grandes nomes como Tarsila do Amaral, Cildo Meireles, Beatriz Milhazes, Burle Marx e João Câmara

Por William França

O curador da mostra, Claudio Pereira, em frente ao painel de João Câmara Filho

Mostra está aberta a partir de hoje para o público e vai até 25 de novembro. A exposição ‘Museu Imaginário traz ao público cerca de 200 obras do acervo do museu e da Coleção Brasília. Reúne trabalhos de grandes nomes como Tarsila do Amaral, Cildo Meireles, Beatriz Milhazes, Burle Marx e João Câmara

Inspirada na obra seminal "O Museu Imaginário", do escritor francês André Malraux, a exposição Museu Imaginário presta homenagem aos 40 anos da instituição e convida o público a explorar um rico diálogo entre acervos públicos e privados.

A mostra, que acontece no Museu de Arte de Brasília (MAB), reúne obras de períodos, linguagens e contextos distintos, todas permeadas pelo espírito moderno que, segundo o curador Cláudio Pereira, "transcende o tempo e define o que significa ser moderno em diferentes épocas".

A exposição é composta por cerca de 200 obras emblemáticas do acervo do MAB e da Coleção Brasília — Acervo Izolete e Domício Pereira. Entre os destaques do MAB, encontram-se uma rara série de obras de Tarsila do Amaral, doadas pelo Banco Central do Brasil, e do representativo conjunto proveniente da Sala Brasília/ XIII Bienal de São Paulo (iniciativa do saudoso Embaixador Wladimir Murtinho e de Ciccillo Matarazzo Sobrinho).

A mostra traz, além de trabalhos contemporâneos de artistas como Cildo Meireles e Beatriz Milhazes, obras de nomes representativos da cena local, como Francisco Galeno, Leda Watson, Naura Timm e Betty Bettiol.

O painel "Exposição e Motivos de Violência", de João Câmara Filho, Grande Prêmio do IV Salão de Arte Moderna do DF - desaparecido por quase trinta anos -, também merece destaque: em 1994, ele foi reintegrado ao acervo do MAB após passar por restauro no ateliê do artista em Olinda, Pernambuco. Durante o período em que o Museu de Arte de Brasília esteve fechado, a obra ficou sob a guarda do Museu Nacional e agora, com a exposição, retorna ao MAB.

O acervo reunido por Izolete e Domício Pereira traz obras que refletem o espírito pioneiro de Brasília, com peças assinadas por grandes nomes como Lúcio Costa (autor da marca da coleção), Roberto Burle Marx e Oscar Niemeyer, entre outros nomes. "A coleção representa uma conexão afetiva com a história da cidade e do país, reunindo não apenas obras adquiridas, mas também presentes de amigos e admiradores", afirma o curador.

Para Cláudio Pereira, que foi diretor do MAB na década de 90 e em período mais recente e conselheiro do CONDEPAC-DF, a exposição também tem o objetivo de dialogar com a arquitetura modernista do Museu de Arte de Brasília.

Sobre o MAB

Inaugurado em marco de 1987 pelo então governador José Ornelas, teve como sua primeira diretora a artista Leda Watson. É um projeto datado de 1960, com cálculo estrutural assinado por Oscar Niemeyer e Joaquim Cardozo, tem projeto arquitetônico de Abel Accioly, então arquiteto da Novacap.

A mostra amplia os horizontes da arte e suas interpretações, incorporando o pensamento de Malraux, que via a arte como um espelho para os devaneios poéticos da imaginação criadora. Esse é um legado do modernismo na formação da identidade brasileira e no desenvolvimento de Brasília como símbolo da modernidade.

"Queremos propor uma reflexão sobre a importância da arte na preservação da memória e na construção de identidades. O MAB, com seu acervo renovado, volta a ser um protagonista nesse cenário, fomentando diálogos e novas interpretações para o futuro", afirma Cláudio Pereira.

A mostra também destaca o papel fundamental dos acervos privados na manutenção da memória artística e cultural do país, além de questionar como a revitalização do MAB pode contribuir para o fortalecimento do cenário artístico local. A exposição Museu Imaginário convida os visitantes a ampliar suas percepções sobre a arte, a cidade e o país, em uma jornada que conecta o passado colonial ao presente criativo, com vistas a um futuro em constante transformação.

Serviço

Exposição: Museu Imaginário

Local: Museu de Arte de Brasília - MAB

Data: De 16 de outubro a 25 de novembro

Horário de visitação: Todos os dias, das 10h às 19h, com exceção de terças-feiras.

Assessoria de Imprensa: Tátika Comunicação @tatikaturra