A vice-governadora do DF está em missão oficial, visitando empresas e financiadores. "Brasilianas" apurou que o GDF quer resgatar o projeto do VLT ligando as W3 Norte, Sul e o Aeroporto, além de um trem para o Entorno
A vice-governadora Celina Leão (PP) comprou a pauta da mobilidade urbana, considerada hoje um dos maiores desafios dos próximos anos para o Distrito Federal. Celina comanda uma missão oficial à China em busca de parceiros, investidores e fornecedores para destravar pelo menos cinco grandes projetos ligados ao transporte coletivo de massa no DF e no Entorno.
"Estamos empenhados em garantir melhorias significativas para a mobilidade do Distrito Federal e seguiremos atualizando a população sobre os avanços. Reforçamos que essas iniciativas são fundamentais para o futuro da nossa cidade e continuaremos trabalhando para torná-las realidade", afirmou a vice-governadora.
VLT na W3 e Aeroporto é a prioridade
"Brasilianas" apurou que o GDF não desistiu e quer resgatar a proposta de instalar um VLT (veículo leve sobre trilhos) ligando a W3 Norte e Sul. A proposta inicial (ainda do governo José Roberto Arruda) era de construir a linha de trem com alimentação aérea (cabos). O GDF chegou a fechar um acordo com o governo francês para fornecer os equipamentos e o financiamento, mas diante da prisão (e afastamento) de Arruda, o projeto ficou (aparentemente) esquecido.
O projeto continuou em análise e "ainda está vigente", afirmou à coluna o secretário de Obras e Infraestrutura do DF, Valter Casimiro. "O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) exigiu que tirasse a catenária (alimentação aérea, suspensa, em formato de curva) e fizemos todo o novo detalhamento, colocando a alimentação dos trens por baixo, pelo sistema APS (Alimentation Par le Sol, ou alimentação pelo solo)", explicou o secretário.
A mudança deve elevar a obra em aproximadamente 30%. "Vai ficar como os bondes que atendem às áreas revitalizadas do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, e o Aeroporto Santos Dumont", detalhou o Valter Casimiro. O projeto do GDF é ligar a via W3 entre o TAN (Terminal Asa Norte - que será construído nos próximos meses) ao TAS (Terminal Asa Sul), e, deste, ao Aeroporto JK.
"Brasilianas" apurou que, desde o dia 12 de setembro, a pedido da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), o Tribunal de Contas do DF suspendeu a análise da PPP (Parceria Público-Privada) que poderá viabilizar a execução das obras do VLT.
O custo estimado para a implantação do VLT na W3 (pelo projeto de Arruda) era de R$ 2,5 bilhões. Desse valor, R$ 1,5 bilhão serão pagos pelo GDF e R$ 1 bilhão pela empresa vencedora da concessão. O valor total equivale a um ano do subsídio que é pago pelo GDF às cinco empresas de ônibus que operam no DF (custo de R$ 2,6 bilhões, como revelou esta coluna).
Trem urbano no Entorno na pauta
Além do VLT para a W3, a vice-governadora está na China em busca de financiamento para outras obras e sistemas de transporte coletivo. "Hoje, já temos a autorização para a compra imediata de 15 novos trens para o metrô, o que representará um grande avanço na modernização do sistema e no atendimento à população. Além disso, temos duas expansões em curso no DF: a de Samambaia, que já foi licitada e possui uma empresa vencedora, e a de Ceilândia, que está em fase de licitação", explicou Celina.
Durante nossa visita, estamos também conhecendo novas tecnologias e estudando a viabilidade de um trem de passageiros entre Luziânia e Brasília, um trem urbano que vai conectar ainda mais a região. Outro projeto importante que vamos discutir é a ampliação do metrô, com uma nova linha", disse a vice-governadora.
"Brasilianas" também detalhou essa nova linha do metrô, que pretende interligar 11 Regiões Administrativas do DF, entre a Esplanada dos Ministérios e Santa Maria, passando pelo Sudoeste, Cruzeiro, SIA, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo I e II, Recanto das Emas e Gama. É um projeto "para três ou quatro mandatos", afirmou o secretário de Obras, Valter Casimiro.
Busca de financiamento chinês
"Sabemos que muitos desses projetos dependem de recursos, e estamos em constante diálogo com parceiros estratégicos", disse a vice-governadora. "Ontem (segunda, 25), por exemplo, tivemos um encontro com o Banco Chinês, que oferece financiamento vinculado às empresas chinesas responsáveis pelas obras. Isso amplia nossas possibilidades de viabilizar grandes projetos estruturantes, com investimentos na casa de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões, dependendo da obra", justificou.
Celina Leão está na China acompanhada pelo secretário de Mobilidade, Zeno Gonçalves, pelo diretor-presidente da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), Handerson Cabral Ribeiro, e pelo subsecretário de Parcerias e Concessões da Semob, Marcu Bellini.