BRASILIANAS | GDF usa alta tecnologia para escavar túnel sob a linha do metrô
Investimento é de R$ 6 milhões para construir um túnel de drenagem pluvial sob a linha do metrô, na Asa Sul. São apenas 29 metros, mas processo irá até janeiro, por ter escavação manual
Investimento é de R$ 6 milhões para construir um túnel de drenagem pluvial sob a linha do metrô, na Asa Sul. São apenas 29 metros, mas processo irá até janeiro, por ter escavação manual
O GDF está utiizando tecnologia de ponta, e inovadora, para avançar com um túnel, sob a linha do metrô, na altura da Estação Asa Sul, que será usado para drenagem pluvial. Esse trecho faz parte de um sistema de captação que parte do Setor Policial Sul e chega até uma bacia de contenção, que está sendo finalizada atrás da Vila Telebrasília.
Na última sexta-feira (21), o secretário de Obras e Infraestrutura do Distrito Federal, Valter Casimiro, esteve no canteiro de obras, no Setor Policial Sul, para acompanhar o andamento das obras de drenagem pluvial. Particularmente, a que passa sob a linha do metrô. Somente nesta etapa da obra estão sendo investidos R$ 6 milhões.
Uma das fases mais desafiadoras da obra é a passagem de um tubo metálico sob a linha férrea do metrô, utilizando uma solução de tracionamento com macaco hidráulico. O método, escolhido por sua alta precisão, atendeu às exigências técnicas da companhia metroviária - consideradas rigorosas pela Secretaria de Obras -, como o limite de recalque inferior a dois centímetros (eventual rebaixamento devido ao adensamento do solo). Essa medida, segundo o Metrô-DF, garante a segurança do solo e da estrutura ferroviária.
O processo de construção do tunel envolve o uso de hastes que conectam os dois lados do trecho sob o metrô. Com o auxílio do macaco hidráulico, o tubo metálico é tracionado lentamente e escavado manualmente por dentro, etapa por etapa, garantindo precisão. Esse processo será adotado em todos os 29 metros de extensão da galeria.
“A tecnologia de tracionamento com macaco hidráulico é a melhor solução para assegurar a integridade do solo e da linha férrea, sem comprometer as operações do metrô. Antes do início da escavação, realizamos diversas simulações em modelagem em elemento finito para prever os recalques da linha férrea", explica André Pereira, engenheiro responsável pela obra.
Para garantir a estabilidade da escavação, o processo é monitorado em tempo real com o uso de benchmark, pinos convergentes, tassômetros e levantamento topográfico com mangueira de nível.
“Essa é uma obra de altíssima complexidade técnica, que exige monitoramento 24 horas por dia. Utilizamos instrumentos de ponta para controlar qualquer deslocamento gerado na zona do metrô durante a construção dos poços. Isso garante a estabilidade da escavação e assegura que o trilho não sofra qualquer tipo de recalque", esclarece o secretário de Obras, Valter Casimiro.
Drenagem e mobilidade urbana
A conexão ao sistema de drenagem pluvial do Setor Policial Sul faz parte de um conjunto maior, de intervenções urbanas e de mobilidade. Além da rede de águas pluviais, as obras incluem a construção do corredor BRT e pavimentação de uma nova faixa no Setor Policial Sul, a implantação de calçadas e ciclovias compartilhadas no trecho, além da finalização das obras de infraestrutura da Expansão Sul do Plano Integrado de Mobilidade (Espiêmea).
“A previsão é de que a nova galeria esteja concluída em meados de janeiro. Estamos trabalhando em um projeto que não apenas resolve de forma definitiva problemas de drenagem nesta região, mas também amplia a mobilidade e traz melhorias permanentes para a cidade. A integração dessas obras é um marco para o Distrito Federal,” conclui o secretário.
Ligação do metrô com o Aeroporto
Nessa obra, está prevista a construção de uma nova saída rodoviária, que ligará a Estação Asa Sul do metrô à via que liga o Aeroporto JK, o que tornará mais rápido e reduzirá o trajeto entre as duas pontas.
Esse trajeto, por enquanto, será feito por ônibus urbano. O GDF não abandonou a ideia de implantar um VLT entre essas duas pontas - projeto previsto ainda no governo Arruda (2007).