BRASILIANAS | 'A história que o Brasil não conta': mostra começa hoje

Exposição do artista indígena Vinícius Vaz, que é brasiliense, celebra personagens e narrativas pouco exploradas na história oficial do Brasil

Por William França

Tela "É Tempo de Kuarup - A Cura", de Vinícius Vaz

Exposição do artista indígena Vinícius Vaz, que é brasiliense, celebra personagens e narrativas pouco exploradas na história oficial do Brasil

Após a bem-sucedida exposição da princesa Lelli Orléans e Bragança, descendente da família real portuguesa, a Galeria Mercato (no Ed. Eldorado, no Conic) recebe a partir de hoje (29) a primeira exposição individual de Vinícius Vaz, artista plástico de ancestralidade indígena Xakriabá.

Em "A História que o Brasil Não Conta", o artista apresenta 16 pinturas que revelam personagens e temas muitas vezes ausentes dos livros de história, evocando as vozes e presenças fundamentais na formação da identidade brasileira.

Com inspirações no grandioso carnaval carioca e nas religiões que moldam a cultura do país, as obras de Vinícius resgatam as culturas indígenas, afro-brasileiras e o catolicismo sob um olhar sensível e inovador.

Em cada uma das obras, Vinícius Vaz explora personagens dos povos originários que habitaram as terras brasileiras antes da chegada dos colonizadores, além de abordar o impacto de religiões como o catolicismo, imposto aos indígenas, e as crenças afro-brasileiras trazidas por povos escravizados.

A inspiração para o projeto também vem de ícones da cultura popular, como os que foram cantados no samba-enredo da Mangueira de 2019, "Histórias Para Ninar Gente Grande", que em um de seus versos declara: "Brasil, meu dengo. A Mangueira chegou. Com versos que o livro apagou. Desde 1500 tem mais invasão do que descobrimento. Tem sangue retinto pisado. Atrás do herói emoldurado. Mulheres, tamoios, mulatos. Eu quero um país que não está no retrato".

"A exposição busca narrar uma história de personagens humanizados que foram além dos estereótipos para se tornarem símbolos de manifestação e representatividade", afirma Vinícius, que além de tinta acrílica também usa folha de ouro em suas obras.

Os sócios da Galeria Mercato, Antonio Aversa e Roberto Corrieri, expressaram a grande satisfação em lançar o trabalho de Vinícius. "A Mercato se propõe a apresentar artistas de diferentes gerações, e é um privilégio poder exibir o trabalho desse brasiliense, descendente dos povos originários, que com cores vibrantes e traços impactantes já começa a conquistar reconhecimento", faz questão de afirmar Aversa, que também assina a curadoria da mostra.

Divulgação/Tátika Comunicação - Tela "Guernica Tupiniquim", que trata da morte do índio Galdino, na 703 Sul

Sobre o Artista

Vinícius Vaz de Oliveira nasceu em Brasília em 1996. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Iesb, ele encontrou cedo seu caminho na arte, fascinado pela obra "A Noite Estrelada" de Van Gogh, ainda aos seis anos. De lá para cá, Vinícius mergulhou em uma jornada artística influenciada por figuras como Burle Marx e Athos Bulcão, além de grandes ícones da música brasileira, como Tom Jobim, Elis Regina e Renato Russo.

Morando no Rio de Janeiro desde 2022, onde pintou grande parte das obras que estarão expostas, Vinícius combina as referências de sua ancestralidade indígena e negra para criar uma pintura que transcende o tempo, conectando o público a um Brasil profundo, em sua complexidade e beleza cultural.

Serviço

Exposição "A História que o Brasil não Conta", de Vinícius Vaz

Onde: Galeria Mercato Antiguidade Design, que fica no mezanino do Edifício Eldorado, no Conic

De 29 de novembro a 28 de fevereiro

Horário: Visita com hora marcada através do instagram @espacomercato ou pelo telefone 61 9 9148-2082

Assessoria de Imprensa

Tátika Comunicação / Kátia Turra (61) 9 9224-7294 / @tatikaturra

Divulgação/Tátika Comunicação - Tela "Canto das três Raças", de Vinícius Vaz