BRASILIANAS | Baterias de celular vão parar no lixo comum na Feira dos Importados

Nenhum órgão do GDF se responsabiliza pela questão, já que ocorreu numa área privada. Administração da FIB indica que pode ser uma ação isolada

Um dos maiores centros de comércio do DF, a Feira dos Importados de Brasília (FIB), localizada no SIA, está misturando lixo eletrônico proveniente das lojas de reparos de computadores e celulares com lixo orgânico, como restos de comida. Lá funcionam cerca de 100 bancas de tratam de eletrônicos, dentre as 2.000 lojas existentes.

Há cerca de dois meses, "Brasilianas" recebeu informações de que essa mistura era recorrente - segundo alguns lojistas, porque não há local adequado para o descarte. Semana passada, esta coluna recebeu imagens indicando que o problema realmente existe.

E quem se responsabiliza? Essa foi a questão que esta coluna tratou de levantar. Na prática? Ninguém!

O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) disse que "pilhas e baterias não devem ser descartadas no lixo comum, pois possuem em seu interior metais pesados que causam riscos à saúde humana, bem como prejuízos ao meio ambiente".

O SLU indica pontos de descarte comunitários, muitos deles administrados por empresas de logística reversa - mas, no mapa disponibilizado, não há indicação para a área da Feira dos Importados. E completa: "O SLU não se responsabiliza pela qualidade e continuidade dos serviços, mas incentiva a divulgação de tais iniciativas."

A Secretaria de Meio Ambiente do DF, por sua vez, diz que cabe a ela apenas definir as políticas públicas de gestão dos resíduos (baterias entre eles). "Independentemente do tipo de resíduo, a fiscalização é de responsabilidade do DF Legal", completa a nota.

O que diz a administração da Feira?

O presidente da Cooperfim - Cooperativa de Produção e Compra em Comum dos Empreendedores da Feira dos Importados de Brasília, Damião Leite, o Bebeto, afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que a FIB possui área de descarte de eletrônicos.

A assessoria encaminhou a foto do container específico, que é recolhido a cada 30 dias, aproximadamente, por uma empresa de política reversa do lixo.

"Pode ter sido uma ação isolada", acredita ele. "E a gente não tem como conter as pessoas. Pode ser qualquer um, não necessariamente um lojista. Embora seja uma área privada, é aberta a todo o público", afirmou.

Embora não tenha lixeiras específicas para coleta de lixo eletrônico (tais como as destinadas a orgânicos e plástico), a Feira dos Importados possui uma Política de Gestão de Resíduos Sólidos aprovada pelos associados e faz campanhas de conscientização, por meio de boletins eletrônicos (via WhatsApp).

Segundo Bebeto, o fato registrado por "Brasilianas" vai servir para reforçar as campanhas sobre o destino correto do lixo eletrônico. Segundo a assessoria da FIB, recentemente foi feita uma sobre o cuidado com o descarte de lixo em geral, para que não acabe na rede de coleta de águas pluviais.