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DF tem déficit no comércio exterior

Por Mateus Lincoln

O Distrito Federal reduziu em 73,7% o déficit da balança comercial no primeiro trimestre de 2024, totalizando US$ 285,6 milhões, segundo levantamento inédito do Boletim do Comércio Exterior do DF, divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF).

O resultado foi influenciado por uma desaceleração na corrente de comércio internacional, com quedas significativas tanto nas exportações quanto nas importações.

As exportações atingiram US$ 49,6 milhões, com reduções de 51,8% em valor e 45,6% em volume em relação ao mesmo período de 2023. Já as importações somaram US$ 335,1 milhões, impulsionadas principalmente por compras públicas do governo federal.

Questionada sobre a concentração de mais de 92% das exportações em cinco produtos, a Diretoria de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF afirmou que a economia local apresenta diversidade, ainda que algumas categorias predominem.

"As exportações realizadas pelo DF no primeiro trimestre de 2024 abrangeram 172 produtos, incluindo agropecuários, alimentos, bens de consumo, insumos industriais e bens de capital, evidenciando uma base produtiva variada", explicou à reportagem.

Entretanto, os principais itens exportados têm peso significativo na balança comercial.

"As exportações de soja e carnes de aves destacam-se tanto pelo volume quanto pelo alto valor agregado, superando significativamente outros produtos, como vestuário, preparações alimentícias e produtos capilares", acrescentou a diretoria.

Para fomentar o comércio exterior, o governo do Distrito Federal (GDF), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), lançou um novo ciclo do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), em outubro de 2024, durante o evento "DF para o Mundo".

Com investimento superior a R$ 1,8 milhão, a iniciativa visa capacitar empresas da região para exportar, identificando mais de 2.000 oportunidades comerciais no mercado internacional.

O IPEDF destacou que o programa é uma ação estratégica para fortalecer a presença do DF no comércio exterior. Além disso, o boletim recém-divulgado foi citado como ferramenta importante para orientar agentes econômicos e disseminar informações sobre o tema.

Apesar de ocupar posições relevantes em segmentos específicos, o DF ainda enfrenta desafios para ampliar sua representatividade em produtos de maior relevância nacional, como soja e milho.

A diretoria ressaltou que, embora haja diversidade na base produtiva, "a representatividade de itens de menor valor agregado no total exportado é restrita, o que limita o impacto no comércio exterior".

O DF apresenta destaque em nichos específicos. A região ocupa o nono lugar na exportação de carnes congeladas de aves.