Comissão aponta falhas no Metrô

Após anúncio da expansão do sistema, distritais criticam a gestão e alertam sobre trens obsoletos

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O CTMU avalia transporte e políticas de mobilidade urbana

A Comissão de Transportes e Mobilidade Urbana (CTMU) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) reforçou ontem (7) críticas à gestão do Metrô-DF e destacou problemas estruturais no sistema de transporte sobre trilhos.

As cobranças vêm após o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ter aprovado, na segunda-feira (6), o financiamento de R$ 400 milhões para a expansão do metrô.

Embora a ampliação tenha sido autorizada pela CLDF em outubro de 2024, com contrapartida de 10% do governo do Distrito Federal, a comissão avalia que a medida não resolve gargalos existentes.

"Ampliar as linhas é uma iniciativa importante, mas insuficiente para resolver os problemas estruturais do transporte sobre trilhos no Distrito Federal", afirmou a CTMU em nota enviada à reportagem.

Segundo a comissão, a obsolescência dos trens e a precariedade na distribuição de energia elétrica comprometem a eficiência do serviço.

Também foram citadas dificuldades relacionadas à dependência de serviços terceirizados e à necessidade de mais cargos efetivos.

A CTMU ainda apontou que, nos últimos anos, o sistema não recebeu investimentos consistentes. "Se o governo Ibaneis tivesse investido R$ 500 milhões a mais no metrô nos últimos seis anos, hoje o sistema poderia contar com 15 novos trens e a capacidade energética já estaria resolvida", consta no texto eviado pela Comissão.

Além disso, a CTMU criticou a ausência de projetos bem fundamentados submetidos ao Programa de Aceleração do Crescimento, citando atrasos ou falhas no envio de documentação que resultaram na perda de recursos federais.

Outro ponto levantado foi o alto custo de obras subterrâneas em Brasília e a falta de revisão de estudos como o Plano de Desenvolvimento do Transporte Público sobre Trilhos, elaborado em 2015.

Por fim, a CTMU também destacou que o governo prioriza investimentos no transporte individual, agravando congestionamentos e prejudicando a mobilidade urbana.

Em nota, o Metrô-DF informou à reportagem "que investe continuamente na manutenção e modernização de seus equipamentos e serviços. Além das ações de manutenção, neste momento estão sendo realizadas obras de modernização do sistema de energia. Também está protocolado no Ministério das Cidades o projeto para pleitear financiamento para a compra de 15 novos trens".