Por: William França

BRASILIANAS | Zoo Brasília, respeitando o ciclo da vida animal, ganha e perde moradores

Filhote de tamanduá-mirim fica nas costas da mãe até adquirir independência | Foto: Divulgação/Jardim Zoológico de Brasília

Na mesma semana que apresentou ao público um filhote de tamanduá-mirim, o Zoo informou que a girafa Yaza morreu, aos 21 anos

O ciclo da vida animal do Zoo Brasília vive esta semana um agito não muito comum. Ao mesmo tempo que a equipe comemorou o nascimento de um tamanduá-mirim macho - o segundo filho do casal Pitica e Jujubo a nascer na entidade - , foi preciso também comunicar a morte da girafa Yaza.

Com 21 anos, ela já era considerada uma girafa idosa e ultrapassou a expectativa de vida média da espécie sob cuidados humanos.

Vamos ao registro do nascimento, primeiro. O novo integrante da família de tamanduás-mirins nasceu em 25 de janeiro e já pode ser visto pelos visitantes. Ainda não recebeu nome (o Zoo normalmente faz uma enquete para escolher o nome de seus integrantes). O filhote é irmão do Amendoim, que nasceu em dezembro de 2023.

A equipe multidisciplinar do zoo, composta por veterinários, biólogos e tratadores, monitora constantemente o desenvolvimento do filhote. Os profissionais avaliam sua alimentação, crescimento e comportamento, garantindo que ele receba todos os cuidados necessários para um desenvolvimento saudável.

"A chegada desse novo filhote é motivo de grande alegria para nós", afirma o diretor-presidente do Zoológico, Wallison Couto. Isso mostra que o trabalho realizado aqui no Zoológico de Brasília está proporcionando condições adequadas para a reprodução e bem-estar da espécie."

O nascimento desse filhote é uma conquista significativa para os programas de conservação da espécie. Encontrado em diversas regiões da América do Sul, o tamanduá-mirim enfrenta ameaças como a perda de habitat devido a desmatamentos, atropelamentos e ataques de cães.

O tamanduá-mirim é um animal solitário, conhecido por sua habilidade em escalar árvores em busca de formigas e cupins, sua principal fonte de alimentação. Possui uma língua longa e pegajosa, que pode atingir até 40 centímetros, facilitando a captura de insetos.

As fêmeas costumam carregar os filhotes nas costas até que eles se tornem independentes, o que ocorre por volta dos seis meses de idade.

Macaque in the trees
Yaza viveu seus primeiros anos no Zoológico de Belo Horizonte antes de ser transferida para o Zoológico de Brasília | Foto: Divulgação/Jardim Zoológico de Brasília

Zoo fica agora sem girafa

Na noite dessa segunda-feira (17), morreu a girafa Yaza, onde estava desde 2004. O Zoo não tem outro animal da mesma espécie. Agora, a instituição estuda a possibilidade de trazer outras girafas.

Nascida em 16 de julho de 2003, Yaza viveu seus primeiros anos no Zoológico de Belo Horizonte antes de ser transferida para o Zoológico de Brasília. Desde então, tornou-se um dos animais mais queridos e admirados pelos visitantes, sendo frequentemente fotografada e despertando o encanto de crianças e adultos.

Com a idade avançada, Yaza vinha sendo acompanhada de perto por uma equipe multidisciplinar, realizando exames periódicos e sendo constantemente monitorada por veterinários. Apesar de ter alguns problemas de saúde relacionados à idade, ela estava estável e seguia recebendo todos os cuidados necessários para seu bem-estar.

A equipe do Zoológico de Brasília dedicou anos de cuidados e atenção a Yaza, garantindo que ela tivesse uma vida longa, saudável e confortável. "Seu falecimento representa uma grande perda para todos que conviveram com ela, desde tratadores e veterinários até os visitantes que se encantavam com sua presença", disse o órgão em nota.

Em breve, reabertura do museu

O Zoo Brasília está reformando o espaço de seu museu (com previsão de reabertura ainda no primeiro semestre deste ano). Lá, são expostos animais taxidermizados (que passam por técnica que mantém a forma e a aparência do animal) e esqueletos de algumas espécies que moraram por lá. A ideia inicial é que Yaza passe a integrar o seu acervo futuro.

Por ora, o corpo dela ficará em uma área isolada do Hospital Veterinário do Zoológico. O corpo precisa ser preservado por alguns anos, até o momento certo para ser taxidermizada.

Quando reaberto, o museu irá exibir também o esqueleto da Nely, uma fêmea de elefante-asiático conhecida por ser umas das primeiras moradoras do Zoo, bem como os ossos de uma sucuri, um crânio de hipopótamo, e os imponentes tigre-de-bengala e harpia taxidermizados, entre outros.

No espaço interativo do museu, será possível ver e sentir a textura da pele de diversos animais, como a do elefante Babu, que viveu no Zoo até 2018, e de uma onça-pintada, de um tamanduá-bandeira e de um veado-catingueiro.

 

Macaque in the trees
O corpo de Yaza deve ser conservado para, posteriormente, ser taxidermizado e exposto no Museu do Zoo | Foto: Divulgação/Jardim Zoológico de Brasília