A nova frota, com 90 ônibus elétricos, deve começar a rodar a partir de junho e atenderá a 60 mil pessoas por dia. Serão 22 linhas - uma delas, para o Aeroporto JK
EXCLUSIVO - A chegada de 90 ônibus elétricos para a frota de ônibus urbanos no DF é o primeiro ensaio para a chegada do VLT (veículo leve sobre trilhos), que deverá circular entre as W3 Norte e Sul, apurou "Brasilianas".
Os novos carros serão operados pela Piracicabana, empresa que atende a malha urbana do Plano Piloto e que integra o consórcio que estuda a futura implantação do VLT. Serão 21 linhas que terão partida na Rodoviária do Plano Piloto e uma que atenderá o Aeroporto JK (confira no quadro abaixo).
Esta linha para o Aeroporto sairá do Terminal Asa Sul (TAS), por um novo acesso (mais rápido) que está sendo construído, dentro do pacote de ajustes do BRT-Oeste - que, por sua vez, envolve obras no Setor Policial Sul e adjacências. O TAS é interligado ao Metrô-DF e fará ligação com várias outras linhas, em breve.
Os novos ônibus elétricos têm piso baixo (com as portas no mesmo nível das calçadas, para facilitar acesso), ar-condicionado e capacidade para 35 pessoas sentadas e cerca de outras 50 em pé. Devem ser assemelhados aos que já circulam em algumas poucas linhas que rodam na Esplanada dos Ministérios, da própria Piracicabana, que foram adquiridos ainda no governo Rodrigo Rollemberg, em 2018.

Ideia é trocar toda a frota
A Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF (Semob-DF) estima que essas novas linhas devem transportar cerca de 60 mil pessoas por dia. Segundo a secretaria, o valor investido pelas empresas na renovação da frota para elétrica será incorporado no cálculo da tarifa técnica, que é subsidiada pelo governo. O GDF já anunciou o congelamento dos atuais valores até dezembro de 2026.
A iniciativa, segundo o governador Ibaneis Rocha (MDB), é parte de uma estratégia para reduzir a emissão de gases poluentes. "Temos um plano para ter ônibus elétricos atendendo toda a população do Distrito Federal", disse o governador. O desafio, por ora, é técnico.
Isso porque as baterias dos ônibus elétricos precisam ser recarregados após cerca de 200 ou 300 quilômetros percorridos (dependendo da operação). Para o leitor ter ideia, isso corresponde, por exemplo, de 6 a 10 percursos na linha Grande Circular (que roda a Asa Norte e Sul). Depois disso, teria de parar o veículo para recarga. Assim, por ora, não é possível usar esses veículos em linhas com longa distância.