A Sala Martins Pena foi reaberta em dezembro de 2024, após quase 11 anos fechada. Secretaria de Cultura afirma que foi um vazamento numa caixa d'água e problema já foi resolvido
Na sessão ordinária de ontem (26), as atribuições fiscalizadoras da Câmara Legislativa do DF direcionaram-se para as goteiras que tomaram o palco da Sala Martins Pena, do Teatro Nacional.
O presidente da Comissão de Cultura da CLDF, Gabriel Magno (PT), informou que a comissão oficiou a Secretaria de Cultura do DF para cobrar providências.O espaço foi reinaugurado há três meses, após obras realizadas pelo Governo do Distrito Federal, que aproveitou a oportunidade para anunciar mais intervenções em todo o corpo do Teatro.
"Mais de R$ 80 milhões que o governo pagou para abrir e inaugurar a Sala Martins Pena e, de novo, é mais uma obra milionária do governo que não aguenta uma chuva. A sala já está inundada, os músicos e musicista ensaiando embaixo de chuva. Me parece que essa obra deve ter garantia. É preciso que o governo do DF cobre a empresa responsável, ou irresponsável, pela obra", denunciou Magno da tribuna do plenário.
Já o parlamentar Fábio Felix (Psol) definiu estar chocado com as cenas de chuva dentro do equipamento cultural. "Tem vários pequenos problemas na obra, mas esse é um problema estrutural. Com o teatro fechado todos esses anos, quantas pessoas deixaram de aproveitar um teatro no coração de Brasília?", questionou. Ao fim do pronunciamento, Felix solicitou à presidência da Casa que endosse os questionamentos ao Buriti.
"Cabe à Câmara fiscalizar isso, até porque é obrigação da empresa construtora garantir as condições da obra em até cinco anos, estendidos a dez se for problema estrutural", respondeu o presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB). "Foram recursos públicos investidos e não foram poucos. Não é culpa do governo, mas cabe ao governo cobrar. Em caso de inércia, passa a ser responsabilidade tanto do governo quanto da Câmara, se não reagirmos", concluiu.

O que disse o outro lado
A Secretaria de Cultura do DF (Secult-DF), responsável pela gestão e programação do Teatro Nacional Cláudio Santoro, afirmou em nota que o problema na Sala Martins Pena não foi provocado por vazamento proveniente de chuva, mas sim por um problema hidráulico.
"Tivemos um incidente ocasionado por uma falha na boia elétrica de uma das caixas-d'água do Teatro Nacional. O problema foi prontamente solucionado e, nesta manhã (26/03) a Orquestra ensaiou normalmente. A programação segue inalterada, com apresentação da Orquestra Sinfônica nesta quinta-feira (27)."
Procurada por "Brasilianas" a respeito das garantias da obra, a Novacap (que foi a gestora da reforma) disse que não responde mais pela gestão do espaço, repassada para a Secult-DF.