Obras, orçadas em R$ 22 milhões, serão viabilizadas com recursos do Novo PAC. A previsão é que a reforma seja concluída em 2026
Como parte das comemorações pelos 65 anos de Brasília, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) apresentou, na tarde de ontem (22), o projeto de restauro da Praça dos Três Poderes, que será viabilizado com recursos do Novo PAC.
O projeto prevê a recuperação completa do piso e das estruturas comprometidas, o restauro das obras de arte, a revitalização do Museu da Cidade e do Espaço Lúcio Costa, além da modernização da iluminação da praça e dos monumentos. Estão incluídas também melhorias na acessibilidade para pessoas com deficiência, drenagem, sinalização visual e turística, além da instalação de câmeras de segurança e mobiliários.
O investimento total estimado para a execução das obras é de R$ 22 milhões, enquanto a elaboração do projeto contou com recursos de R$ 744 mil, por meio de contrato firmado em 2023 com a empresa especializada Land 5 Arquitetura e Urbanismo Ltda. A previsão é que as obras sejam concluídas em 2026.
O Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Cláudio Abrantes, destacou a importância da valorização da capital. "A Praça dos Três Poderes é símbolo de paz, diversidade e democracia. Nosso esforço é para que Brasília seja cada vez mais reverenciada e mostrada ao Brasil e ao mundo", afirmou. Ele também ressaltou o papel dos restauros na preservação da identidade da cidade. "Essas obras vão manter a essência de Brasília. A Praça é emblemática e, em breve, será entregue de forma plena à população", completou.
"Vamos oferecer à Praça mais conforto, mas sem desviar do seu projeto original", destacou o presidente do Iphan, Leandro Grass, ao enfatizar o equilíbrio entre modernização e preservação das características arquitetônicas e históricas do espaço.
Dois museus também serão restaurados
Além da Praça, outros dois monumentos históricos em Brasília foram contemplados com recursos no Novo PAC: R$ 500 mil para o desenvolvimento do projeto de restauro do Museu Vivo da Memória Candanga e R$ 200 mil para o Catetinho, ambos em parceria com o GDF.
O evento, realizado no SESI Lab, também marcou a celebração de uma parceria entre o Instituto e o Governo do Distrito Federal (GDF) para ações de preservação em outros bens tombados da capital.
O secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural do Ministério da Cultura, Henilton Menezes, reforçou o compromisso do governo federal com a execução do projeto. "Demonstramos apoio a esse restauro. Vamos acompanhar o projeto e agilizar o que for possível. O que aconteceu aqui na Praça não pode acontecer de novo, e não é possível anistiar a destruição que foi feita na nossa capital. Vamos viabilizar essas obras com recursos também da Lei Rouanet", afirmou.
Representando o setor produtivo, o vice-presidente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (FIBRA), Jamal Jorge Bittar, reforçou a necessidade de cuidado contínuo com o patrimônio. O que aconteceu no 8 de janeiro ficará marcado como uma tentativa frustrada de golpe, que deve ser rejeitada por todo cidadão. Agora, precisamos focar na recuperação da Praça dos Três Poderes, cuidando de cada detalhe, como as pedras portuguesas, para que nossa história não seja apagada", declarou.
Acessibilidade e segurança
O projeto da Praça dos Três Poderes foi elaborado com base em diagnóstico técnico e contou com a participação da sociedade por meio de consulta pública, que ouviu mais de 100 pessoas, a maioria moradores do Distrito Federal. No projeto, buscou-se refletir os anseios da população, especialmente em relação a melhorias em acessibilidade, segurança e sinalização.
O superintendente do Iphan no Distrito Federal, Thiago Perpétuo, destacou a importância de adaptar espaços históricos às necessidades contemporâneas. "É importante enfatizar que bens tombados podem passar por atualizações, a exemplo da Praça dos Três Poderes. É uma praça um pouco difícil de ser utilizada pela população nos dias de hoje. Depois da restauração, queremos resgatar essa perspectiva: a Praça é de todos os cidadãos e poderá ser desfrutada por todos, com mais acessibilidade", afirmou.
Entre as obras e monumentos contemplados no projeto estão: Os Candangos, Herma de JK, Herma de Tiradentes, Marco Brasília, Herma de Israel Pinheiro, Pombal, além do Museu da Cidade e do Espaço Lúcio Costa.
O projeto inclui ainda a implantação de sistemas de monitoramento da Praça e do Espaço Lúcio Costa, medidas de prevenção contra incêndio (no Espaço Lúcio Costa e no Museu da Cidade), além de soluções de sonorização e climatização para o Espaço Lúcio Costa.