Coluna Magnavita: A ‘vitalícia’ escolta de Freixo, paga pelos contribuintes, sempre esteve na informalidade

Confira a Coluna Magnavita publicada na edição 23.990 do Correio da Manhã, de 11 de abril de 2022

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Coluna Magnavita: A ‘vitalícia’ escolta de Freixo, paga pelos contribuintes, sempre esteve na informalidade

O informal “Batalhão” Freixo-I

“Faça o que digo, mas não faça o que eu faço”. Este deveria ser, cada vez mais, o mantra do deputado federal Marcelo Freixo, agora no PSB. Ele manteve, durante anos, uma escolta de 11 seguranças, paga pelo erário do Fluminense, de forma totalmente informal. Durante a CPI das Milícias da Alerj, o parlamentar, então deputado estadual, passou a contar com a proteção de oito policiais penais e três policiais civis, totalmente necessária naquele histórico momento. Só que este “Batalhão Freixo” virou vitalício e sem formalização, fato que, recentemente, começou a ser regularizado.

Se este sistema de proteção fosse pago pelos cofres públicos, de forma informal, para algum político de direita, o próprio Freixo teria sido o primeiro a denunciar a irregularidade e apresentar denúncia ao Ministério Público.

Durante anos, para serem mantidos na folha de pagamento, os integrantes do “Batalhão Freixo” tinham que comparecer ao gabinete do secretário de suas respectivas secretarias e assinar uma folha de ponto irregular. O privilégio foi mantido após sua eleição para deputado federal, quando o serviço deveria ser prestado pela Polícia Legislativa e, no caso do Rio, através de convênio com o Estado, e reembolso pela Câmara dos salários pagos aos policiais. Nada foi feito, apesar do presidente Rodrigo Maia ser da bancada do Rio.

O informal “Batalhão” Freixo- II

Quem começou a regularizar o “Batalhão Freixo” foi o presidente da Alerj, André Ceciliano, que solicitou a cessão dos policiais para o seu gabinete, acabando com o ponto fantasma. Resta agora o pedido da Câmara Federal ao Legislativo Fluminense.

O custo deste esquema de proteção vitalícia vai além dos salários dos 11 servidores, pagos pelo contribuinte do Rio. Na conta, devem ser incluídos carros, combustíveis, armamentos, alimentação e diárias – no caso de viagens. Um custo que deverá aumentar agora com a agenda.

O informal “Batalhão” Freixo-III

O curioso é que parlamentares que também foram duros nos ataques às milícias, como a deputada (delegada) Martha Rocha e a radialista Cidinha Campos, não contam com nenhuma proteção fornecida pelo estado. O Ministério Público Estadual, que tantas vezes é acionado por Freixo, e agora o Ministério Público Federal, por envolver um deputado federal, deveriam se debruçar sobre quem autorizou este esquema informal de proteção, pago pelos cofres do estado, a um único parlamentar, em caráter vitalício.

O próprio Freixo, que não dá um pio sobre o assunto, deveria esclarecer à população e, agora, aos eleitores, como conseguiu manter na informalidade, durante anos, um esquema de proteção privado pago pelo Governo do Rio e os motivos pelos quais não cuidou da sua formalização, se há instrumentos para manter legalmente este privilégio histórico.