Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Gleisi fala em consenso para Câmara dos Deputados

Presidente do PT não antecipa apoio do partido | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR) evita indicar um favorito do partido à presidência da Câmara. Ao Correio Bastidores, disse trabalhar para uma candidatura de consenso.

Ressaltou que os petistas não tentaram fazer qualquer movimento que abalasse a influência do atual presidente, Arthur Lira (PP-AL). Segundo ela, Lira tem legitimidade para articular a própria sucessão.

Ressaltou que ele chegou a sugerir o nome de Marcos Pereira (Republicanos-SP) como uma alternativa para unir diferentes forças, mas isso acabou não sendo possível.

Gleisi Hoffmann afirmou que as conversas serão retomadas depois do próximo dia 6, quando haverá o primeiro turno das eleições municipais.

 

Sem aceno

Ela não acenou com uma possível adesão à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), lançada por Pereira e que acabou adotada por Lira. Segundo a presidente do PT, o assunto ainda precisa ser discutido com a bancada. "Vamos tentar um consenso", insistiu.

Almoço

Segundo Gleisi, a ida do líder do PT, Odair Cunha (PT), ao almoço de aniversário de Motta no último dia 11 não representou um apoio à sua candidatura. O encontro teve a presença de Lira e de líderes de outros partidos, entre eles, do PL de Jair Bolsonaro.

Divisão fortaleceu papel da esquerda na briga por cargo

Motta virou favorito para comandar Câmara | Foto: Câmara dos Deputados

A divisão entre candidatos conservadores fortaleceu o papel da esquerda na disputa, que passou a ter peso decisivo caso haja mais de um concorrente.

O Planalto não escondia a simpatia por Antonio Brito (PSD-BA), por quem Gleisi afirmou ter "o maior carinho". A candidatura dele, porém, tende a ser atropelada por Motta.

A insistência de Brito, de Elmar Nascimento (União-BA) e, na época, de Pereira, na manutenção de suas candidaturas inviabilizou o consenso.

Lira aderiu a Motta — isso irritou Elmar, que fechou um acordo com Brito para que um dos dois permaneça na disputa. O PT assiste tudo de camarote.

Derrotas

Novas pesquisas deram fôlego para candidaturas petistas às prefeituras de Natal (RN) e Fortaleza (CE); em Recife, João Campos (PSB) deverá levar no primeiro turno. Mas o presidente do PSB, Carlos Siqueira, diz que a esquerda deverá perder em grande parte das capitais.

Reflexão

Segundo ele, a tendência conservadora já se manifesta há alguns anos, inclusive no Nordeste — Lula perdeu para Bolsonaro em Maceió (AL) e ganhou em João Pessoa (PB) por 0,2 ponto de diferença. "Passada a eleição, vamos ter que refletir sobre isso", afirma.

Vencedores

Uma eventual vitória no primeiro turno de Igor Normando (MDB) à prefeitura de Belém (PA) fortalecerá ainda mais o governador Helder Barbalho, um dos principais caciques do partido. Emedebistas preevem eleger até cem dos 144 prefeitos do estado.

Sufoco

Segundo pequisa do instituto Atlas, Igor tem 43,7% das intenções de voto; Delegado Éder Mauro (PL), 25,7% e o atual prefeito, Edmilson Rodrigues (PSOL), 16,1%. O rival de Helder no MDB, Renan Calheiros, passa sufoco com seu candidato em Maceió (AL).