PINGA-FOGO

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VITÓRIA DE MILEI REORGANIZA A DIREITA BRASILEIRA - A conversa, em vídeo, do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, e o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi um bálsamo para os bolsonaristas massacrados há meses por notícias negativas e artilharia pesada. O vídeo deu a dimensão de uma nova realidade para uma direita brasileira, envergonhada e acuada.

Neste cenário novo, que incluiu um convite para a ida de Bolsonaro à posse de Milei, enquanto o presidente Lula se recusa a nominar o vencedor argentino, aumenta a responsabilidade desta direita verde amarela para alguns movimentos suicidas. Como passa a existir um novo horizonte a ser perseguido, havia antes o risco de entregar de bandeja a prefeitura de São Paulo, maior colégio eleitoral do Hemisfério Sul, a Guilherme Boulos do PSOL.

A divisão da direita, com o PL apoiando a reeleição do prefeito Ricardo Nunes, indicando o seu vice, e o lançamento simultâneo da candidatura do ex-ministro e deputado federal Ricardo Salles, eleito pelo próprio PL, era um dos mais graves cenários que se pode criar. Direita dividida e esquerda unida, com o PSOL/PT juntos.

O PL ficou turbinado com o resultado da Argentina. O próprio partido precisava de um ingrediente fundamental para a política: a esperança. E ela veio dos pampas, a galope. A direita brasileira estava errando ao colocar o fisiologismo acima do idealismo.

A eleição de 2024 ditará os rumos de 2026. Não será um pleito local, como muitos pensam. Os governadores que lavarem as mãos e tentarem ficar longe da disputa, pagarão um preço muito caro, dois anos depois.

Existem pelo menos 100 grandes municípios, incluindo capitais, que serão a base partidária do pleito nacional e estadual.  

O governo Lula sabe o cenário deste jogo e já mexe os seus peões. O PT abriu mão de uma candidatura própria paulistana para manter a esquerda unida. Já a direita, antes da vitória de Milei, jogava com insanidade na multiplicidade de nomes, algo típico de quem não tinha mais nada a perder. O cenário mudou, e muito. A vitória de Milei trouxe esperança e juízo à direita brasileira.

MARIELLE - O ministro da Justiça, Flávio Dino, tem sido incentivado a resolver logo o caso da morte da vereadora Marielle Franco, como forma de voltar a ser favorito na corrida para o STF.

SOLUÇÃO À VISTA - O secretário dos Transportes do Estado do Rio, Washington Reis, tem agido de forma comedida, apesar do seu gabinete nebuloso, na solução de um grave problema da sua pasta. Nos próximos dias, anunciará uma solução positiva para algo que está sob seu guarda-chuva.

MORTE NA CADEIA - Morreu, nesta segunda-feira, um dos manifestantes presos por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pelos atos do dia 8 de janeiro, quando os três principais prédios da República foram invadidos e depredados. Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, morreu no Complexo da Papuda em consequência de um infarto fulminante, quando tomava banho de sol.

PROVIDÊNCIAS - Mesmo sendo um parlamentar de oposição, o deputado distrital Fábio Felix (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, determinou que a Secretaria de Administração Penitenciária do DF investigue as causas da morte e apure eventuais responsabilidades. Segundo Felix, é preciso saber se a morte foi um acidente natural, ou se ela pode ter sido agravada por condições adversas no ambiente da prisão. Especialmente com a onda de calor que se abate por várias regiões do país, incluindo o Distrito Federal.

'NEGLIGÊNCIA' - No ofício à secretaria, Fábio Felix afirma ter recebido "grave denúncia de negligência". E acrescenta: "Infelizmente, não é um fato isolado". Segundo ele, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa teria recebido "centenas" de denúncias de presos que tentaram atendimento de saúde no sistema prisional e não conseguiram.

ABUSOS - A morte de Cleriston deverá reforçar críticas da oposição, que tem protestado contra eventuais abusos de Alexandre de Moraes na condenação de pessoas que se envolveram nos atos de 8 de janeiro.

MARINA CONVOCADA - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, poderá ser convocada a depor na CPI das ONGs, do Senado Federal. Essa CPI investiga as ações dessas organizações na área de meio ambiente na Amazônia. Marina foi convidada para depor na terça-feira (21), às 11h. Na segunda (20), porém, ela informou que não iria porque terá uma convocação da Câmara dos Deputados no mesmo dia, e que estará ocupada até o dia 18 de dezembro, véspera do encerramento da CPI. Diante da ausência, a CPI votará um requerimento de convocação de Marina, que será apresentado pelo presidente da comissão, senador Márcio Bittar (União-AC).

COP28 - No dia 30 de novembro, Marina será o principal nome da delegação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes.

VEREADOR DE ITATIAIA É AFASTADO - Oito meses após conseguir um habeas-corpus e garantir sua volta para a Câmara Municipal de Itatiaia, o vereador Vander Leite Gomes, do PP, foi afastado novamente do cargo após decisão do juiz substituto da Vara Única da comarca de Itatiaia, Kyle Santos Menezes, dada na semana passada. Vander é suspeito de praticar as chamadas "rachadinhas" e de ter em seu gabinete funcionário fantasma, segundo denúncia feita pelo Ministério Público do Estado do Rio. Ele é alvo do MPRJ desde 2022, quando foi deflagrada a terceira fase da operação Apanthropía, que cumpriu mandados de prisão contra políticos do município. Vander ainda pode recorrer e entrar com recurso no Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ).

FISCALIZAÇÃO - No RJ, o secretário de Estado de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal, negocia com a Aneel os termos de um acordo para que a pasta estadual tenha poder de fiscalização. Nesta terça-feira (22), o secretário se reunirá com representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Aneel para tratar do tema e de outros assuntos relacionados à energia. O Governo do Estado tenta ter maior ação sobre as concessionárias devido a crise protagonizada pela Enel e a Light, com episódios de falta de energia em serviços essenciais, como neste fim de semana, aconteceu nos hospitais estaduais Alberto Torres (São Gonçalo) e Azevedo Lima (em Niterói), no 12BPM e no Quartel do Corpo de Bombeiros de Charitas (Niterói).