PINGA-FOGO
POR QUE A INOCÊNCIA É IGNORADA? - As palavras do presidente Lula na posse do novo Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, sobre a condenação midiática de pessoas inocentes, foram premonitórias e se aplicam horas depois ao desdobramento do caso da deputada estadual Lucinha. A tentativa de incluir no noticiário pessoas que não são investigadas e que apenas foram citadas (ou usadas) pela parlamentar, essa sim com robustos indícios de dolo, tem colocado parte da mídia como um tribunal justiceiro, que julga e sentencia, no pelourinho midiático.
O primeiro caso é do ex-deputado estadual André Ceciliano, exposto pelo jornal O Globo e pelo estúdio I,da Globonews. A deputada Lucinha mandou duas fotos abraçando e confraternizando com o presidente da Assembléia Legislativa do Rio, já no novo plenário, cargo ocupado por Ceciliano. Por dever de ofício e por foro íntimo, ele sempre foi gentil e afetuoso com os colegas, tanto que firmou uma liderança que transcende a sigla partidária que pertence, o PT.
Nestes comentários ácidos de jornalistas do porte de Octavio Guedes, Andréia Sadi e Merval Pereira, este último presidente da Academia Brasileira de Letras (sabe bem o peso das palavras), colocaram de forma injusta uma nuvem de suspeição sobre um personagem que não é investigado e ainda o ressaltando que ele ocupa um cargo federal.
A segunda vítima deste episódio é o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que vem sendo atacado pela extrema direita, já em corrida eleitoral, pelo fato da deputada Lucinha ser sua colega de partido, o PSD, e ter como secretário municipal o filho da parlamentar, Júnior da Lucinha, que também é vereador do Rio. Logo a direita extrema que nunca demonstrou dissabor de conviver próximo a agentes do estado paralelo.
Os dois casos se encontram na distorção da realidade em favor do jornalismo midiático e de um jogo eleitoral no qual quem atira pedra esquece de olhar para o próprio umbigo.
SABENDO ESPERAR - A conjunção dos astros para ungir o deputado federal Marcelo Queiroz como candidato a prefeito do Rio, pelo partido Progressista, está cada vez mais forte. O parlamentar não tem forçado a barra e demonstra uma fidelidade ao partido ímpar. O seu nome surge de forma natural e crescente. É um político da capital, da Zona Sul, pertenceu à gestão de Eduardo Paes e Crivella; no estado, foi secretário de Agricultura de Cláudio Castro. No plano pessoal é transplantado, jovem e o tipo de genro que qualquer senhora gostaria de ter. A sua pauta em defesa dos Pets transcendeu as cores partidárias e, na presidência da Comissão de Cultura da Câmara, conquistou a esquerda. Marcelo Queiroz é um candidato dos sonhos para qualquer bom marqueteiro político. Poderá ser o fato novo desta eleição.
EM CIMA DA HORA - A hotelaria do Rio está começando a receber uma chuva de reservas para o Réveillon. Este ano a decisão das viagens do ano novo foi deixada para os últimos dias. Um movimento que se repete igual no ano passado.
MPRJ MIRA INFLUÊNCIA DA MILÍCIA NA POLÍTICA - O afastamento cautelar da deputada Lucinha (PSD), entre outras medidas, foi requerido pelo procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, e sua Assessoria de Atribuição Originária Criminal à Justiça. O pedido foi deferido pelo desembargador Benedicto Abicair. A deputada, pela decisão, fica isolada e não poderá ter contato com agentes públicos e políticos, nem frequentar a Alerj, por tempo indeterminado.
JUSTIÇA SOCIAL E CIDADANIA - Durante a entrega do Colar do Mérito do MPRJ a autoridades, na última sexta-feira (15/), na sede da instituição no Centro do Rio, o corregedor nacional em exercício, Moacyr Rey Filho, um dos homenageados, enalteceu os projetos inovadores que conheceu em inspeções nos MPs do país, em especial no MP do Estado do Rio. Segundo ele, foram premiados trabalhos este ano que demonstram "avanços na promoção de justiça social e garantia dos direitos do cidadão".
TAQUICARDIA - Nos corredores da Secretaria do Envelhecimentos Saudável da Prefeitura do Rio o clima é de apreensão. Sentimento compartilhado por alguns fornecedores, inclusive de material de academia pública. O receio é o fishing's (pescar) resultante dos celulares apreendidos na operação. Coisa do tipo: atiraram no que viram e acertaram em quem não estava na mira.
MARTELO BATIDO - Durante reunião de prestação de contas do mandato, na noite da última segunda-feira (18), em Duque de Caxias, o deputado federal Aureo Ribeiro falou ao Correio da Manhã sobre as perspectivas eleitorais do Solidariedade na Baixada Fluminense. Aureo é o presidente estadual da legenda, e ratificou a pré-candidatura do deputado estadual Felipinho Ravis à prefeitura de Nova Iguaçu, além da reeleição do prefeito de Queimados, Glauco Kaizer. O Solidariedade também se organiza para a disputa de prefeituras no interior do estado, e o fortalecimento de nominatas para as câmaras municipais.
SEGURANÇA PÚBLICA - Perguntado pelo Correio da Manhã sobre qual será o foco inicial do mandato no ano que vem, especialmente para a Baixada Fluminense, o deputado Aureo mencionou a segurança pública da região. ''Temos trabalhado muito acerca dos investimentos na segurança pública, um dos maiores problemas que identificamos, e que ainda é preciso melhorar na Baixada e em todo o estado do Rio de Janeiro. Eu, como coordenador da bancada, apresentei o pacote de mudança legislativa, para o endurecimento contra a criminalidade no Brasil. E iremos defender os recursos alocados para a segurança pública da Baixada e de todo o nosso estado'', afirmou o parlamentar.
DENÚNCIA ENFRAQUECE VEREADOR - A denúncia feita pelo MPRJ contra o vereador de Volta Redonda, Vander Temponi, por tráfico de influência no governo do ex-prefeito Samuca Silva, caiu como uma bomba no município, mais precisamente na Câmara Municipal. Novamente, os vereadores tiveram que encarregar-se de tentar apagar o incêndio causado pela notícia pouco antes de entrarem em recesso. E, dessa vez, o vereador foi pego em uma gravação, autorizada pela Justiça, e feita pelo ex-prefeito, admitindo receber 2% do valor do contrato entre a prefeitura e a AEX. "Difícil fazer a defesa", disse um colega da Casa, lembrando que Temponi "peca pela segunda vez em um ano".
ACUSADO DE RACHADINHA - É que o vereador ficou afastado da Câmara Municipal por mais de 50 dias por suspeita da tão conhecida prática da rachadinha entre políticos com "p" minúsculo. O MPRJ apurou, durante as investigações, que "os servidores ficavam com apenas cerca de R$ 1 mil dos mais de R$ 7 mil que recebiam oficialmente a título de salário". Temponi jurou inocência, recorreu e conseguiu ocupar sua cadeira novamente. Foi recebido com tapete vermelho pelos colegas:" Agradecer a todos que torceram por mim e aos vereadores que sempre acreditaram na nossa volta. Posso garantir a todos que volto mais forte do que nunca e vou continuar fazendo o que puder pelo povo de Volta Redonda", declarou Temponi, na época. Pelo jeito não é bem assim, até que se prove o contrário.
SAÚDE PETROPOLITANA - Não é a primeira vez que o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), enfrenta problemas na relação com o Hospital Santa Teresa, um dos mais importantes da região. Em 2016, Bomtempo deixou uma dívida de R$ 14 milhões com a instituição para o seu sucessor, Bernardo Rossi. A situação foi lembrada em audiência especial pelo juiz da 4ª Vara Cível, Jorge Martins, que participou das negociações para a unidade não suspender os atendimentos. Agora, o magistrado tenta novamente um acordo entre o município e o HST, para que o convênio não se encerre em março.
BRIGA COM O PSOL - Em Petrópolis, antes mesmo de entrar em pauta, os vereadores governistas derrubam um projeto da vereadora do Psol, Júlia Casamasso, que tentava suspender um decreto do prefeito Rubens Bomtempo que extinguiu 1,3 mil cargos da administração pública, prejudicando principalmente a Educação. O decreto nº 555/2023 extinguiu cargos importantes como serviços gerais, auxiliar de secretaria, inspetor de disciplina e até cozinheiro. Funções que, hoje, são ocupadas por terceirizados.
EMERGENCIAL - A extinção dos cargos leva a mais terceirizações, ou seja, emergenciais, e prejudica também o Instituto de Previdência e Assistência Social do Servidor Público de Petrópolis (Inpas), que já enfrenta um desequilíbrio financeiro entre a arrecadação e aposentadorias dos servidores.
DAMARES E MICHELLE - Oficialmente, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) nega a pretensão. Mas cresce entre seus aliados uma ideia para 2026: que ela saia para o governo do DF. Como ainda tem quatro anos de mandato como senadora, ela pode disputar sem risco de ficar sem mandato. Nesse projeto, imagina-se uma dobradinha, na qual Michelle Bolsonaro saísse candidata para o Senado.
CELINA - O problema desse projeto é que ele pode atrapalhar o caminho da vice-governadora Celina Leão (PP), que hoje articula-se para ter os votos da direita no DF. Damares dividiria esses votos. A senadora, porém, nega essa pretensão. Diz que, por enquanto, sua intenção é uma grande articulação em torno de Celina.