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PINGA-FOGO

DISPUTA À VISTA - Depois do desempenho na organização do carnaval de 2024, da mistura dos assuntos da Liesa com o privado, como a existência de um camarote particular de um dirigente, o clima de sucessão na Liga pode azedar. Não será surpresa se surgir uma nova chapa e a eleição não ser mais por aclamação. As cabeças veteranas da liga, que envolve o peso pesado do samba, ficaram assustadas com a proliferação das credenciais rosas de pista neste ano. Se puxar um relatório, esse crescimento supera, em 2024, a todas emitidas nas gestões de Jorge Castanheira.

A credencial de pista era quase uma honraria da Liesa. Poucos tinham direito. Eram entregues com absoluto comedimento. Hoje virou arroz de festa para centenas de autoridades, artistas e principais influenciadores digitais.

Curioso foi o e-mail enviado pela assessoria de imprensa do camarote de Gabriel David, o rei da avenida e provável futuro presidente da Liesa. Todos os VIPs e artistas no camarote estavam com valorizada credencial de pista.

A irritação da velha-guarda da Liesa já pode ser sentida no ar e o nome mais lembrado com saudade é do Castanheira.

DEMAGOGIA DE RENAN - Enquanto no domingo (11) o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), desfilava na Marquês de Sapucaí, seu inimigo político, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), estrilava. Lira desfilou na Beija-Flor, que recebeu da prefeitura de Maceió R$ 8 milhões para exibir na avenida um enredo homenageando a capital de Alagoas. O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC, é aliado de Arthur Lira. Renan associou o patrocínio à escola de samba ao drama das famílias vítimas do desastre ambiental produzido em Maceió pela mineradora Brasken.

MACEIÓ VIVE DO TURISMO - "As vítimas da Brasken estão abandonadas, mas os foliões que coreografaram acordos ilegais deliram na avenida, inebriados pelo dinheiro público", protestou Renan. "Preço tem: R$ 8 milhões da prefeitura de Maceió torrados no Rio. É desumano e cruel. Merece nota zero em todos os quesitos". Espera-se o próximo round da pendenga alagoana. Neste caso, Calheiros está errado. Maceió vive do turismo e é exatamente por ter vivenciado uma crise de imagem que precisa investir para gerar empregos, atrair visitantes e fazer a máquina do turismo funcionar. A capital ficou em evidência na TV Globo por 80 minutos pelo menos. Quanto vale isso em promoção do turismo alagoano? Lamentável que o senador dê um tiro no pé ao invocar a crise do Sal-gema que ocorreu longe dos pólos turísticos da cidade, mas que fez despencar a ocupação hoteleira. É exatamente pela crise de imagem que a capital alagoana precisa investir em promoção. Qualquer estudante de turismo sabe disso. Aliás, Calheiros deveria perguntar ao seu ex-chefe de gabinete da presidência do Senado, Vinícius Lages, ex-ministro do Turismo e hoje no Sebrae-AL, sobre o acerto de promover Maceió. O resto é demagogia.

SEM FOLIA I - Diversas cidades da Baixada Fluminense (RJ), muito devido às chuvas de janeiro, não realizaram festejos de Carnaval. No entanto, vale ressaltar um aspecto para além das chuvas torrenciais: o pouco caso com o Carnaval, que é uma grande indústria que fomenta emprego e renda. Nova Iguaçu é um exemplo claro de descaso com a festa, há mais de 8 anos. A Via-Light, no Centro da Cidade, que já foi palco da realização dos desfiles das escolas de samba iguaçuanas, recebeu pela última vez as agremiações em 2015.

SEM FOLIA II - Mesquita (RJ), outro município da Baixada Fluminense, também é um retrato da ausência da festa que movimenta a economia das cidades. Antes realizada na Praça Elizabeth Paixão, e posteriormente deslocada para o Paço Municipal, no Centro, a festa de Carnaval trazia vida ao município, colaborando com ambulantes e empreendedores que enxergavam no evento a oportunidade para uma fonte de renda durante os quatro dias de folia. A administração do prefeito Jorge Miranda é positivamente destacada pela capacidade técnica e funcionamento dos serviços públicos, mas no aspecto cultural, como o caso do próprio Carnaval mesquitense, que há anos não acontece, vem deixando a desejar.

NA FOLIA  - Barra do Piraí investiu na folia nesse ano, contratando nomes conhecidos do cenário musical. A festa aconteceu no campo do Royal Sport Clube, além dos blocos de rua. No domingo, o prefeito de Barra do Piraí, Mario Esteves, junto com o presidente da Câmara Municipal, vereador Rafael Couto, percorreu os distritos onde aconteceu o "BaDoPi Folia", em clima de descontração.

ESQUENTA PARA ELEIÇÃO - Aprovada em regime de urgência pela Câmara Municipal de Petrópolis em dezembro, as três secretarias criadas pelo prefeito Rubens Bomtempo ainda não tiveram nomeações. Se demorar mais para nomear os comissionados pode se transformar em campanha eleitoral antecipada.

CARGOS - As secretarias de Direitos e Políticas Públicas para as Mulheres; da Pessoa com Deficiência, Mobilidade Reduzida e Doenças Raras; de Economia Solidária, Trabalho, Emprego e Renda acumulam entre si temas sensíveis e caros para a população. As pastas extras representam um gasto de mais de R$ 4,3 milhões aos cofres públicos em 2024, segundo consta nos projetos enviados pelo prefeito Rubens Bomtempo (PSB) à Casa Legislativa no ano passado.

NO ESCURINHO - Nunca se beijou tanto nas frisas dos camarotes VIPs da Sapucaí. Quando as luzes era escurecidas, o clima de romance ficava mais forte. É o grande efeito da iluminação cenográfica: dar intimidade para os casais apaixonados.

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