ATIVISMO NO TRE - A segunda parte do "Julgamento do Terceiro Turno", realizado na tarde desta quinta (23), bateu todos os recordes de transmissões ao vivo do TRE-RJ no Facebook e no YouTube. O voto duro do relator na sessão anterior ajudou atrair a atenção, principalmente da militância da esquerda, que apostava na vitória de Marcelo Freixo, o autor da ação, neste embate com conotações eleitorais.
Durante uma semana, os viúvos de Freixo na mídia não conseguiram esconder a euforia, apostando na cassação do governador Cláudio Castro, do seu vice Thiago Pampolha e do presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar. A conotação de revanche eleitoral foi turbinada pelo voto do relator, o desembargador Peterson Barroso Simão. Um voto que foi respeitado pela mídia mais consciente até que fosse contestado pelos seus pares no julgamento.
LONGE DO ELEITORAL - Nos bastidores, os juristas apontavam o erro maior. O voto de Peterson não trazia a visão de uma corte eleitoral. Magistrado criminal, ele carregou nas tintas os fatos ocorridos dentro de um olhar que se distanciou do foco do julgamento. Houve ou não abuso de poder capaz de mudar os resultados das urnas?
Os quatro desembargadores que divergiram do relator bateram nesta tecla, principalmente do efeito inócuo do caso Ceperj em uma eleição vencida no primeiro turno, com mais de 2,4 milhões de votos de diferença entre Castro e Freixo.
OS ÓRGÃOS DE FREIXO - A mídia matriculada na esquerda e militante de Freixo, até em grandes redações, que fecham os olhos para o ativismo dos seus repórteres, massacraram o candidato Cláudio Castro com horas de reportagens e manchetes negativas. Quem usou eleitoralmente o Ceperj/Uerj foi a esquerda para trucidar a imagem e provocar o desgaste do candidato. Mesmo assim ele venceu.
METÁSTASE - O Ministério Público Eleitoral fez uma peça recheada de rótulos e adjetivos e não conseguiu gerar provas que demonstrassem que o caso Ceperj teve efeitos diretos na eleição. Foi uma peça raivosa e paladina que se negligenciou com a produção de provas. Na sua divergência, o desembargador Fernando Cabral foi didático e fez uma autópsia na peça acusatória, com uma verdadeira metástase de ativismo em cada parágrafo.
Foi esta análise cirúrgica e didática de Cabral que fez mudar o voto da desembargadora Kátia Valverde Junqueira, que formou a maioria do então 4 a 2, depois alterada para 4 a 3, pelo voto do presidente Henrique Figueira, que acompanhou o relator já com o placar decidido.
ADVERSÁRIOS - O voto do desembargador Henrique Figueira não foi surpresa. Na primeira parte do julgamento, ele deu sinais de sua simpatia com o relator ao tentar corrigir um possível lapso no voto. Só que o ponto sinalizado por Henrique estava nas entrelinhas do voto, mas ficou patente o seu esforço para que os pedidos de Peterson fossem impecáveis e a possível falha não pudesse ser usada depois pela defesa dos réus.
O destino colocou Henrique Figueira e Cláudio Castro frente a frente. Como presidente do Tribunal de Justiça, ele presidiu o julgamento do impeachment que deu, de forma definitiva, o primeiro mandato de Castro como governador. Conviveram harmonicamente como dirigentes dos dois poderes, Executivo e Judiciário, porém, poucos sabem, houve uma grande rusga entre os dois. Ficaram um bom tempo sem se falar.
Na escolha dos novos desembargadores pelo quinto, o presidente do TJ apadrinhou um candidato e recebeu a confirmação do governador. Só que, no último minuto, houve uma mudança de cenário e foi nomeado outro nome. O desembargador se sentiu traído e deixou de cumprimentar Castro por um bom período. No Guanabara, o atrito foi minimizado. Henrique foi considerado uma carta fora do baralho e que não seria capaz de fazer o próprio sucessor, como de fato ocorreu.
Clima apaziguado pelos bombeiros e tenistas de plantão, a situação pareceria normalizada. Henrique deixa o TJ, vira corregedor do TRE e, depois, assume a presidência da corte eleitoral. Por pouco, não presidiu o julgamento que cassaria o mandato do seu ex-desafeto. Afinal, quem bate esquece, mas quem apanha não esquece jamais.
O julgamento deveria terminar 3 a 3 e o voto de Henrique Figueira seria mortal. Diante do novo cenário ele foi breve, abandonou o voto escrito, que já estava pronto há dias, e falou de improviso.
VAI FICAR IMPUNE? - Horas antes, partindo provavelmente de Campos, o site Metrópoles, mirando em Rodrigo Bacellar, tentou constranger o presidente da Corte, fazendo uma ilação esdrúxula e criminalizando a advocacia. Na sua trajetória como magistrado, Henrique Figueiras tem uma ficha irretocável pela sua postura como juiz técnico e de carreira. Os adversários de Castro e Bacellar foram sórdidos ao fazerem uma ilação absurda. O pior é que ficarão impunes ao tentar constranger um grande magistrado.
ELE VEM AÍ - A eleição de 2026 deverá ter como presidente do TRE o desembargador Peterson Barroso Simão, atual corregedor da Corte. Se ele mantiver esta posição sanguínea na condução do tribunal, teremos um mar tumultuado no próximo pleito.
HORA DA FAXINA - O efeito do julgamento restabelece um cenário de normalidade no Governo. Exatamente no momento em que o estado precisa estar unido, devido a sua dívida com a União.
Esta semana, o governador Cláudio Castro teve a chance de perceber quem são os seus verdadeiros amigos dentro do próprio Executivo. Algumas ausências foram anotadas. Uma faxina deve ser feita para afastar os urubus que achavam que o governo estava morto.
ERRANDO O PLACAR - Curioso foi ver o tempo irreal de um espaço dedicado à política. Por duas vezes, fez postagens erradas do placar. Só que elas foram printadas para a posteridade. Compreender juridiquês não é para qualquer um.
R$ 1 MILHÃO PARA INDÍGENAS GAÚCHOS - Para ajudar as comunidades indígenas que ficam em municípios do Rio Grande do Sul que foram afetados pelas enchentes, as deputadas Célia Xakriabá (Psol-MG) e Juliana Cardoso (PT-SP) resolveram destinar R$ 1 milhão em emendas orçamentárias. Ambas indígenas, as duas deputadas formam o que ganhou na Câmara o apelido de "Bancada do Cocar". Cada uma das deputadas destinará R$ 500 mil da sua cota de emendas individuais para o estado e os povos originários do Rio Grande do Sul.
MÃE TERRA - "Temos nos posicionado fortemente sobre o tema das emergências climáticas, para que a Mãe Terra não entre em colapso. Por isso, indicamos esse recurso financeiro para o Rio Grande do Sul", defende Juliana Cardoso.
MAURO COM PASTORA PELO NOVO - O empresário Mauro Campos Pereira, pré-candidato à Prefeitura de Volta Redonda, sul do interior do Estado do Rio, bateu o martelo e escolheu a pastora Raquel Costa, do Projeto Vida, para compor como sua pré-candidata a vice. O anúncio foi feito na noite desta quinta-feira, na sede do partido Novo, no bairro Aterrado. Estavam presentes os presidentes dos diretórios estadual do Novo, Rodrigo Resende, e do municipal Marcos Machado. Mauro lançou seu nome inicialmente pelo PL, mas o partido fechou com o prefeito Antonio Francisco Neto, do PP, pré-candidato à reeleição, que vem com o mesmo vice, o engenheiro Sebastião Faria, que foi para PL, logo após a saída do empresário.
MESMA CASA, OUTRO PARTIDO - Mauro é tão afinado com o Partido Liberal de Jair Bolsonaro e estava tão certo de que iria concorrer à prefeito pelo partido, que errou o nome da legenda na hora de fazer a apresentação de quem estava à mesa ao seu lado. "Vou apresentar nosso querido amigo Rodrigo Resende, que é presidente do PL", disse Mauro, que foi corrigido rapidamente por Rodrigo: "PL não, Partido Novo. Ato falho", brincou Rodrigo, para consertar amenizar o clima tenso com a confusão de legenda feita por Mauro. Aliás, o lançamento da pré-candidatura pelo Novo aconteceu na mesma casa usada inicialmente como "quartel general do PL" em Volta Redonda. Só trocou as cores e o nome do partido na residência.
VALDECY LANÇA PRÉ-CANDIDATURA EM MERITI - O deputado estadual Valdecy da Saúde será oficialmente lançado como o nome do PL na disputa pela prefeitura de São João de Meriti, no próximo sábado (25), em um grande ato político na casa de shows Via Music, às 10h. Já foram confirmadas a presença do governador Cláudio Castro, dos senadores Flávio Bolsonaro e Romário, além dos deputados federais Eduardo Bolsonaro, General Pazuello, Sóstenes Cavalcante, Delegado Ramagem, entre outros parlamentares federais e estaduais. A presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, que recebeu alta hospitalar recentemente, embora não tenha sido confirmada, ainda é aguardada com imensa expectativa por parte dos correligionários do PL. No evento partidário, Valdecy da Saúde estará assumindo a presidência do partido na cidade da Baixada, que já é administrada pelo PL no atual governo de Dr. João, aliado e padrinho político de Valdecy.