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PINGA-FOGO

TROCADO - Pelo volume de negócios da família que Washington Reis realiza, os R$ 200 mil encontrados em espécie pela Polícia Federal na residência do ex-prefeito é café pequeno. Como trabalha com reciclagem, o movimento em dinheiro vivo de algumas empresas do grupo é enorme.

MESA POSTA - A Polícia Federal encontrou uma mesa de café da manhã preparada para dezenas de pessoas. A primeira ideia era de que Washington Reis estaria esperando a visita da Federal e quis ser gentil. Não era vazamento de informação. A chegada dos PFs realmente foi uma surpresa. É hábito do ex-prefeito de Duque de Caxias começar o seu dia recebendo correligionários, parlamentares e políticos para o folclórico café da manhã.

SUPER QG - Como o foco do inquérito da Polícia Federal era os certificados falsos de vacina, alguns locais mais delicados não foram visitados, entre eles, uma super gráfica que pertence ao grupo empresarial da família Reis, com impressoras planas de oito unidades de última geração que chegam a custar R$ 10 milhões, coisa de primeiro mundo e que, na campanha passada, funcionaram a todo vapor. No local podia até imprimir cédulas, são as mesmas usadas na Casa da Moeda. Ela já fez material de campanha de muita gente graúda e que só funciona a pleno vapor nos períodos eleitorais, como o de agora em 2024, com papel já estocado e aguardando as convenções partidárias.

EFEITO COLATERAL - A campanha do Zito vibrou com a notícia da PF na casa de Washington Reis na manhã desta sexta. A foto dos pacotes de dinheiro apreendidos viralizou nos grupos de WhatsApp.  Mas o tiro poderá sair pela culatra. A busca e apreensão no capo mor da família Reis ocorreu dias depois da divulgação da foto de Netinho Reis, o candidato da família, ao lado de Jair Bolsonaro e de seus filhos. Como a operação da Polícia Federal tem o foco nos certificados de vacinas entregues para uso da então família Bolsonaro, o efeito poderá ser diferente ao que os correligionários de Zito esperavam. Ao invés de naufragar, a campanha de Netinho pode turbinar junto aos eleitores da direita. A família Reis, vitimizada, vira Bolsonarista de raiz.

LINHA DIRETA - O que vai tirar o sono de muita gente na política fluminense são os 10 celulares apreendidos. Quais as conversas que estariam neles? São nos aparelhos que abre um flanco na atuação de Washington Reis como secretário de Estado dos Transportes? A investigação pode encontrar temas explosivos nas conversas de Mr. King com seu chefe de gabinete e pessoas chaves da pasta. Algumas conversas podem ser explosivas até na China. Lembrando que em Pequim corruptos e corruptores são executados com bala na nuca e a conta de reembolso do projétil é enviada para as famílias. Os japoneses da Supervia devem estar curiosos sobre os conteúdos destes celulares apreendidos.

ATUAÇÃO ANGELICAL - A nota sobre o envolvimento de personalidades da política que estão próximas ao "ápice do poder" está mais para figuras proeminentes no legislativo federal do que no Executivo. O vice-governador Thiago Pampolha ligou para a coluna lembrando que a sua família não trabalha com postos de bandeira branca há anos; só com grandes como Shell, Ipiranga e BR; que também não está vendendo e sim comprando postos e que o modelo de negócios da sua família já não depende da venda de combustíveis para lucrar. São grandes negócios imobiliários com lojas de redes como Venâncio e Burger King, além das próprias de conveniência. "A nossa atuação nesta área de postos de combustível hoje chega a ser angelical", afirma o vice-governador.

PASSIVO MIDIÁTICO - Este setor no Rio está de olho com a chegada da Companhia Paulista de Petróleo - Copape, que realiza aquisições parrudas de postos de combustíveis no território carioca. Chega trazendo junto todo um passivo midiático do setor paulista, que entrou na mira do governador Tarcísio de Freitas pelas conexões do PCC com a venda de combustíveis. Tem sido uma tarefa árdua separar o joio do trigo, quando é oriundo de um mercado como o paulista, infestado por organizações criminosas no setor, importação irregular de nafta e sonegação fiscal.

PALAVRA DE ESPECIALISTA - Para um especialista no setor, que trabalhou na área fazendária no Rio e que retornou para São Paulo, este segmento de combustível é igual aqueles filmes de faroeste feitos na Itália. Nestes bang-bangs espaguete eram raros os mocinhos.

VASCO VIP - O jogo do Vasco, em São Januário, teve uma tribuna de honra de fazer inveja ao Maracanã. Confortavelmente instalados estavam o prefeito do Rio, Eduardo Paes; o procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos; o secretário da Defesa Civil, coronel Leandro Monteiro; e várias outras personalidades.  A vitória do time do coração destas autoridades deixou o ambiente festivo.

CONTAMINAÇÃO - Por onde andam as cópias dos estudos que afirmam que a área do Gasômetro, onde se pretende construir o futuro estádio do Flamengo, está contaminada e a descontaminação levará pelo menos dois anos?

APRENDIZ - O deputado estadual Andrezinho Ceciliano anda se enrolando com as agendas. O rapaz, que está dividido entre uma campanha eleitoral para prefeito de Paracambi  e o mandato, está negligenciando com a missão maior que possui: representar o pai, o onipresente André Ceciliano nas agendas no Rio.

REPRESENTANTE LGBTQIA - Uma das principais militantes e defensoras da população LBTQIA , a pré-candidata a vereadora de Duque de Caxias, Sharlene Rosa (Solidariedade), promoveu um grande encontro em torno de sua pré-campanha ao Legislativo municipal, nesta última quinta-feira (04). A reunião contou com a presença do pré-candidato a prefeito Netinho Reis; do deputado federal Aureo Ribeiro; e de sua esposa, Aline Ribeiro, pré-candidata a vice-prefeita de Reis. O encontro foi um verdadeiro aquecimento para a campanha, reunindo apoiadores e correligionários de Sharlene.

TCE REJEITA RECURSO - O Tribunal de Contas do Estado (TCE) rejeitou um recurso da Prefeitura de Petrópolis no processo que pedia a suspensão dos honorários pagos ao escritório de advocacia Celso Gonçalves Sardinha. O escritório foi contratado para representar o município em uma ação contra a GE Celma, na tentativa de aumentar o repasse da arrecadação do ICMS em Petrópolis. O processo foi motivado por uma representação da vereadora Gilda Beatriz  que questiona o motivo da contratação de um escritório se o município possui um corpo jurídico na Procuradoria-Geral.

TRIBUNAL COBRA TRANSPARÊNCIA - Em novembro do ano passado, o Tribunal já havia solicitado à Prefeitura a relação de documentos referente ao contrato de honorários advocatícios com o escritório. Já em fevereiro deste ano, o conselheiro do TCE relator do processo, Marcelo Verdini Maia, enfatizou a falta de transparência e omissão do município com a prestação de contas das contratações e manteve a decisão que cobra da Prefeitura todos os documentos relativos à contratação, sem licitação, do escritório. Presente na sessão de fevereiro, o procurador-geral de Petrópolis, Miguel Barreto, não conseguiu explicar o motivo de não ter apresentado os documentos solicitados em novembro do ano passado, como: os contratos, os recibos de pagamento e o processo administrativo que gerou a contratação.