Fórum de HotéisRIO e ACIR debate uso da tecnologia na segurança pública

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Câmeras de reconhecimento facial, videomonitoramento, aplicativos que acionam diretamente viaturas da polícia: não são poucos os exemplos da utilização da tecnologia na segurança pública. No entanto, são insuficientes se não forem operados por profissionais bem treinados e focados no bem-estar do cidadão. Essa foi a conclusão da 21ª edição do Fórum de Segurança do Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro (HotéisRIO) e da Associação Comercial e Industrial do Recreio e das Vargens (ACIR), realizado nesta quarta-feira (7) e que reuniu autoridades no CDesign Hotel, no Recreio dos Bandeirantes, para debater o papel das inovações tecnológicas na área.

O presidente do HotéisRIO e da ACIR, Alfredo Lopes, ressaltou a importância de eventos como o fórum, por propiciarem o debate entre sociedade civil e autoridades e a busca por soluções. "Muitas iniciativas nasceram da parceria do Barra Alerta, do nosso saudoso Kleber Machado, repercutidas aqui nesse fórum e foram concretizadas: a implantação do 31º Batalhão de Polícia Militar, as operações de patrulhamento do Barra e do Recreio Presente, a reforma da 16ª Delegacia Policial, a doação de mais de 30 motocicletas para a PM, a instalação de guarita na Praça Pimentinha são alguns exemplos. A recente Operação Ordo, realizada em locais de disputa entre traficantes e milicianos, é uma resposta positiva do poder público, que vem ao encontro dos anseios da população".

Vander Giordano, vice-presidente de compliance e institucional do Grupo Multiplan, concordou e reforçou que o poder público não vai conseguir resolver uma situação que vem se acumulando ao longo dos anos. "Talvez desde que o Rio de Janeiro deixou de ser Capital Federal", comentou. "Isso tem repercussões diretas na economia e na imagem da nossa cidade".

O subprefeito de Barra da Tijuca, Recreio e Vargens, Raphael Lima, apontou o BRT Presente como bom exemplo de uso de tecnologia, pois após a adoção de câmeras de vigilância os casos de vandalismo foram reduzidos em 90%.

Em sua fala, o secretário de Estado de Segurança Pública, Victor Santos, apresentou como as inovações tecnológicas são ferramentas essenciais na luta contra o crime. Segundo ele, a tecnologia funciona como ferramenta de otimização do fator humano. "Temos 900 câmeras do tipo 'pardal' nas ruas do Rio. É importante usá-las não apenas para multar, mas também para vigiar. Desta forma, conseguiremos transformar a cidade em um ambiente de alto risco para o criminoso". Santos ressaltou que além de guerra contra a criminalidade, há também uma disputa informacional. Ele disse que os criminosos também utilizam tecnologia para gerar um clima favorável a eles, como na geração e distribuição de conteúdos na internet, tentando manipular a opinião pública. Afirmou ainda que ocupar os locais controlados pelos criminosos não resolve, pois as forças de segurança não podem ficar lá indefinidamente. "Só vai reduzir a já pequena receita oriunda de venda de drogas. Na verdade, o que eles querem hoje é controlar luz, água, gás, internet... território é sinônimo de receita e é isso que eles almejam. A solução passa por usar tecnologia para combater a vida financeira do crime organizado".

Para o presidente da Câmara do Rio, Carlo Caiado, "a segurança pública depende de diversos fatores, inclusive um entrosamento entre o poder legislativo e o executivo, que estamos conseguindo". Caiado aproveitou a ocasião para deixar uma pergunta no ar. "Devemos armar a Guarda Municipal? Esse é um tema que já está na pauta da Câmara e que deve ser debatida na sociedade".