O ex-governador Luiz Fernando Pezão deu um tiro no seu relacionamento com a mídia ao colocar como réus os jornais diários que publicaram uma pesquisa registrada na justiça eleitoral e que teve o seu registro suspenso só 10 dias depois da publicação. Para um advogado eleitoral, não seria necessário transformar os jornais em réus, já que a publicação ocorreu quando ela estava válida, em 9 de setembro, e a decisão do TRE foi de 19 passado. Era só acionar o patrono da pesquisa e pedir à justiça eleitoral a retirada de links indicados. Notificados, todos os jornais do Sul Fluminense e o O Dia tiveram de constituir advogados para apresentarem defesa no processo em 24 horas. A defesa de um dolo que nenhum deles cometeu, já que apenas registram um fato, alterado 10 dias depois.
Se a atitude fosse de um político inexperiente seria até compreensível o gesto hostil com a mídia, mas trata-se de um ex-governador que no exército do seu mandato sempre foi cordial com os jornalistas.
O gesto de Pezão e da sua advogada Maria Lúcia Alves, só chamou atenção para outro processo no TJ-RJ no qual o ex-governador é réu e que definirá se ele terá condições de concorrer ao próximo pleito após o julgamento do seu agravo. O placar estava desfavorável ao réu.
