Alô, alô Itamaraty… há 50 anos houve o fim do estado da Guanabara e o Rio deixou de ser Distrito Federal com a mudança da capital para Brasília. A turma do Barão do Rio Branco esqueceu que existe o Estado do Rio de Janeiro, que a cidade do Rio não é mais cidade-estado. Só dessa forma para justificar que em nenhum dos eventos oficiais do Itamaraty no G20 foi incluída a presença do governador desta importante unidade federativa que sedia o encontro e fornece apoio logístico de segurança e operacional.
Não se trata de excluir o atual titular do governo, mas de excluir o governador do Estado, em um regime federativo, no qual a União se relaciona com os estados que formam o país.
O governador do Rio não foi incluído na comitiva presidencial e não foi convidado para nenhum dos eventos que estão sendo organizados pela diplomacia brasileira. Não houve nem uma justificativa para esta descortesia. Simplesmente ignoraram a existência do Estado do Rio. Para o Itamaraty só existe o Prefeito da cidade, este sim incluído na comitiva.
O curioso é que o estado do Rio está fazendo a sua parte no G20, fornecendo a segurança através das forças policiais. Nem na Olimpíada de 2016, que é um evento da cidade, houve uma deselegância similar com o Governo do Estado.
Na Rio92, o Estado do Rio foi o anfitrião e teve papel relevante. O mesmo ocorre com a Cop30 no Pará com o governador Helder Barbalho, colocado como anfitrião.
O Governo do Rio pagou R$ 15 milhões para a estrutura do G20 Social, com a construção da super tenda e infraestrutura. Na Polícia Militar, o estado está pagando o RAIS, para o efetivo que está de folga e foi convocado a trabalhar.
Se o governador do Rio fosse o petista André Ceciliano, o Itamaraty cometeria essa gafe ou teria coragem de boicotar o atual ocupante do Laranjeiras. Reza a lenda que a turma da diplomacia está sendo mais realista do que o Rei e que a ausência do convite tem um dedinho do Palácio da Cidade? Será que o Prefeito tem tanto prestígio assim com os diplomatas ou isso foi uma ideia da Janja?