Coluna Magnavita | A falta de solidariedade da Gol
Uma passageira do Gol 1511, no dia 09 de dezembro, embarcou em um 737-800 no aeroporto Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, com destino a Congonhas, em São Paulo. Com apenas 1,40 cm de altura, visivelmente PCD, com encurtamento dos membros, ela pede gentilmente ao comissário Diego Gomes auxílio para colocar a sua malinha de mão no maleiro do avião. O fofo comissário não hesitou: "Não posso ajudar, não é minha obrigação!".
Foi um constrangimento geral. Um passageiro sentado no espaço comfort, indignado se ofereceu para ajudar. A passageira, alta funcionária do governo federal, constrangida com a grosseira natural do funcionário da Gol, se dirigiu ao seu assento na poltrona 23C, e, com auxílio de outros passageiros, guardou sua mala.
Indignada e depois de reflexão e pensando em futuros passageiros PCDs, chamou a chefe de equipe durante o voo e fez o registro do seu desconforto. "A Gol foi pioneira em contratar PCDs na aviação e é por isso que relatei o que ocorreu". A chefe do voo, com um nome complicado, para surpresa de quem ouvia a história, confirmou que o comissário não tinha obrigação de ajudar os passageiros com as suas bagagens. Além de endossar o colega, disparou ainda "por que a senhora não despachou a sua bagagem?" A resposta arrancou aplausos dos passageiros curiosos pelo desfecho: "a senhora já ouviu falar de bagagem extraviada? Se a minha mala for perdida, eu não posso ir a um shopping e comprar uma roupa como você faria. Pela minha altura as minhas roupas são especiais".
Para finalizar a história, o avião parou em posição remota em Congonhas, e a passageira PCD teve de descer a escada, degrau por degrau, sem que os comissários ou despachantes esboçassem um pingo de solidariedade.