NA JAULA DOS LEÕES - A vereadora Talita Galhardo cansou de fazer parte do grupo de edis que esperam a gratidão e reconhecimento do alcaide do Rio e resolveu virar domadora de leões. De uma só vez, com o chicote na mão, assinou onze requerimentos de informações sobre negócios imobiliários da Prefeitura do Rio. Promete enfrentar as feras com galhardia.
O VÍDEO SUMIU - Um estranho efeito colateral dos questionamentos feitos por Talita ocorreu nas redes sociais. Um vídeo da influenciadora Laura Leão que falava maravilhas sobre uma refinada degustação de comida japonesa, realizada pelo chefe das estrelas da Barra da Tijuca, já tinha mais de 700 mil visualizações quando foi retirado do ar. A filmagem, inocentemente, mostrava o grupo dos 10 convidados privilegiados para o almoço/degustação na mansão de Daniel Leão, com momentos de informalidade entre amigos e políticos conhecidos. Se não havia nada demais na confraternização, por que foi apagado?
O VÍDEO FOI BAIXADO - Apesar de ter sido retirado do ar das redes sociais, o vídeo foi baixado e as suas cópias com fotogramas das personalidades presentes estão sendo enviados para vários políticos do Rio.
PASSOS RASTREADOS - Poucas pessoas sabem que os carros locados pelo Estado do Rio, para uso de autoridades, principalmente os blindados, possuem um poderoso GPS que permite a geolocalização dos veículos em caso de furto. Só que estes registros podem ser acessados on-line e revelam todo o histórico de deslocamento das viaturas — e até a ida a endereços proibidos. Foi através deste sistema que foi descoberto que um condutor estava usando o cartão de combustível de forma irregular. A compra era feita em um posto enquanto o carro oficial estava a quilômetros de distância do ponto de consumo. Se este histórico de rastreamento for usado com lupa política, pode causar terremotos por revelar encontros inimagináveis.
COZZOLINO TRAI A DIREITA - A entrevista de Paulo Vinicius Cozzolino Abrahão, defensor público-geral do Rio, em um site jurídico no dia que a ADPF 635 seria julgada pelo Supremo causou mal-estar no governo, nos defensores mais à direita e na classe política. Ele defendeu as restrições impostas pelo STF à atuação policial nas favelas, que considerou como positiva, alegando que houve a diminuição da violência no estado. Cozzolino contrariou seu discurso eleitoral, que cortejou os votos da direita, lhe dando 63% da preferência dos colegas. Ele vai na contramão do estado e do governador que o escolheu. Corre o risco de ser o defensor público de um só mandato.