Não é apenas a lavagem de dinheiro que preocupa as autoridades fluminenses no rastro da expansão do PCC. Segundo fontes do mercado, a Copape — empresa apontada pelo Instituto Combustível Legal como vinculada à facção criminosa e atribuída pelo Ministério Público Estadual a Mohamad Hussein Morad — vem comprando postos de gasolina e distribuidoras no Estado do Rio de Janeiro.
As aquisições, em muitos casos, incluem grandes depósitos de combustíveis, instalados sem obedecer normas básicas de segurança ou de proteção ambiental, de acordo com investigações preliminares.
O histórico dos envolvidos acende um alerta vermelho. Em São Paulo, Mohamad já teve pelo menos dois postos explodidos — um em 2017 e outro em 2018. Em um dos episódios, três pessoas ficaram feridas e cerca de 20 imóveis foram danificados.
No Rio, o cenário é ainda mais grave. Em 2013, a Petrogold, empresa ligada a um sócio de Mohamad conhecido como "Sapateiro", foi protagonista do maior incêndio da história recente de Duque de Caxias. A base de armazenamento, sem licença do INEA, ardeu por mais de 24 horas, consumindo um quarteirão inteiro. A fumaça foi avistada a dezenas de quilômetros de distância.
Agora, de acordo com informações de mercado, o grupo estaria operando duas novas bases : Superoil e Terrana. Juntas, teriam capacidade para armazenar ao menos dez vezes o volume da antiga Petrogold — uma potência explosiva muito maior do que a tragédia de 2013.