Por: Paulo Cézar Caju*

Que saudade do meu Campeonato Carioca...

Flamengo de Doval e Caju faturou Carioca de 1972. | Foto: Reprodução

O Campeonato Carioca perdeu o seu charme. Se antes os clubes lutavam pelo título, hoje não estão querendo brigar muito. O Flamengo fez o jogo de estreia em Manaus, capital do Amazonas, e depois embarcou para os Estados Unidos, para fazer uma pré-temporada lá. O Vasco está fazendo uma pré-temporada no Uruguai, em Punta Del Este e Maldonado. O Botafogo se refugiou em Itu, interior de São Paulo. O único dos grandes que ficou no Rio foi o Fluminense, mas que, inicialmente, atuará com um time de reservas e garotos do sub-20, já que o elenco principal está voltando agora de férias, em virtude do Mundial de Clubes.

Além dessa preparação dos clubes longe do Rio de Janeiro, o próprio campeonato em si perdeu o seu atrativo. Janeiro e fevereiro são meses de férias, com carnaval no meio e cheio de turistas na cidade. Se o torneio tivesse o charme de antes, certamente chamaria mais a atenção. Mas hoje nos deparamos com: Segovinha (de novo!), um meia que insistem em por na ponta, buscando se reencontrar no Botafogo; Gabigol (mais uma vez) tentando se reencontrar no Flamengo, desta vez sob o comando de Tite; o zagueiro Antônio Carlos, que volta ao Fluminense, para reforçar o setor, depois da saída de Nino; e Capasso (quem?), o novo xerife da zaga do Vasco. Isso sem falar das equipes de menor expressão. Madureira aposta em Laranjeira, que foi da base do Vasco e atuou no Remo, do Pará; Audax com Jackson Caucaia, que jogou no Atlético-MG e Fortaleza; Boavista com Matheus Alessandro, da base do Fluminense, com passagem pelo Volta Redonda; Nova Iguaçu com Carlinhos, da base do Corinthians; Sampaio Correia (nem sabia que existia esse time no Rio), aposta na experiência de Elias, ex-Botafogo e que estava no futebol chinês; Volta Redonda com Riquelmo (e não Riquelme), jovem que se destacou no Cruzeiro e rodou por Fortaleza, Confiança-SE e Sampaio Correia (do Maranhão); Bangu com outro garoto, Matheus Bernardo, de 19 anos, da base do Fluminense; e Portuguesa, a grande Lusa, com Anderson Rosa, de 30 anos, que já atuou no Corinthians m no início da carreira. Ou seja, o campeonato não é mais o mesmo da minha época de atleta...

E o que falar da entrevista de Leila Pereira, atual presidente do Palmeiras, para falar da renovação de Abel Ferreira e dos projetos futuros do clube. Sua arrogância e prepotência impressiona! Dizer que o Palmeiras, com seu futebol pragmático, mereceu vencer o Brasileiro de 2023 é absurdo! Foi o Botafogo quem entregou a taça, ao deixar ruir a vantagem de 13 pontos, com o Palmeiras de Abel tendo a esperteza e qualidade de superar os adversários e levantar a taça. E ela tem grande chance de continuar no comando do clube paulista, pois seu mandato encerra agora em dezembro de 2024, com possibilidade de renovação, por mais três anos, algo que seu grupo político conquistou lá atrás, já que, antes, o mandato era de dois anos, sem chance de recondução.

Vamos rir um pouco, Geraldinos, e tentar decifrar o que os analistas (comentaristas) andam falando sobre o mundo da bola?

Pérolas da semana

1 - "O ala ficou oprimido por dentro, não fazendo a ligação direta, se chocando com o companheiro do mesmo time (fogo amigo)".

2 - "Choque de verticalidade, alterando o DNA e identidade (no tempo isso era falta de conjunto), passando para um time que não tem entrosamento. Caminho e pavimentação de um time turbinado".

3- "Time gosta de ficar sem a bola (se você não quer jogar, por que entra em campo?), para, quando a ter, atravessá-la por baixo, no 4-1-4-1, dando várias fatiadas na redonda (vou pegar o meu facão e cortar a bola de novo?!)". Todo time gosta de ficar com a bola, certo Geraldinos?

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.